Sempre começa assim, e eu me pergunto: “Quantas
vezes ainda?”. Acho que todo mundo já teve alguma experiência similar. Depois
de horas e mais horas de viajem você esvazia o porta-malas do carro, senta no
sofá e no primeiro gole de café já vem a primeira.
“Quantos anos você completa
esse ano? Nossa! 25? E ainda não casou? Vai ficar pra titia...”.
Vi essa cena se repetir inúmeras vezes, pelo
menos uma vez por ano depois dos 15. Porque você sabe né... Antigamente... - e lá vinha outra história sobre como eu
deveria viver o meu futuro.
Não sei se sou eu que sou toda torta, mas
sempre preferi oferecer um ouvido amigo e um sorriso sincero a um conselho sem
graça. Minha mãe que é mulher sábia me ensinou a ficar quieta e escutar as histórias
dos outros, no fundo todo mundo quer ser ouvido, todo mundo gosta de contar
suas histórias. E sabe do que mais? Eu gosto e sempre gostei de ouvir.
Geralmente as pessoas só esperam uma brecha pra poder falar e quando você vê lá
se foi seu problema, a vez já não é mais sua.
No meu caso estou passando pela fase da minha
vida em que mais recebi conselhos. Se juntar todos os anos de conselhos azedos
não dá nem um terço do que já ouvi nos últimos sete meses.
Faça isso, escolha aquele. Esse não, você nem
vai usar. Isso não presta. Porque no meu tempo...
Muito bem colocado. No SEU tempo. Esse tempo
agora é meu. Que medo as pessoas têm em ver alguém errando, sua mãe nunca disse
que é errando que se aprende?
Aonde ir, o que devo comer, quantos minutos de exercícios
por semana, que roupa usar, o que comprar. Tudo ganha outro sentido quando sua
barriga começa a crescer e ganhar forma.
Ouvi essa hoje pela manhã: - Você acha que vamos tirar tudo de letra?
Que não vamos ligar pras nossas mães de madrugada?
Respira fundo e pense que gravidez não vai te
absolver no julgamento se caso você resolver enforcar esse sujeito. Penso em
não esganar ainda essa pobre alma que profetizou essas palavras...
Não sou inocente, sei que certos dias, vou
querer arrancar os cabelos, que as noites mal dormidas existem em uma grande
maioria. Mas sei também que ninguém está sentindo o que eu estou, e que se
existe algum conselho que eu vou guardar é que posso ficar tranquila: "A mãe nasce com o filho. Você vai saber o
que fazer".
Ano novo começando e não há dia melhor para jogar fora os velhos conselhos e escrever as "promessas de ano novo". Mas além de me esforçar muito mais para ter paciência e calma este ano, vou me esforçar para ser alguém melhor e amar ainda mais as pessoas que fazem parte de mim. Aproveitar para agradecer todos os desentendimentos resolvidos, todas as brigas que passaram e agora seguir em frente, com a cabeça erguida e com um sorriso imenso nos lábios. Porque eu sei que esse ano será diferente e jamais esquecerei 2013!
E claro... Obrigada 2012, por tudo que você me proporcionou.