terça-feira, 4 de outubro de 2011

As origens não enganam, já dizia Darwin

Já sentiu que o mundo te pertence? Que você é capaz? Passei muito tempo pensando que as coisas nunca iriam se encaixar e agora percebo que justamente por isso as coisas aconteceram da forma como foi, tudo tratou de ser como deveria...
Agora me concentro mais do que nunca naquilo que adoro fazer: estudar é algo que sempre me entusiasmou muito, ler sobre tudo e sempre querer mais, rir sem ser julgada, viver livre... É engraçado ver que você ainda é quem sempre foi, só que agora melhor.
E pensar que isso vale pra mim e pra muita gente. Algumas coisas mudam, claro! Mas eu sabia que você não mudaria, no fundo sempre soube que você vive de aparências, e veja só, estava coberta de razão. Você dizia que não, a quem queria enganar? Não dá pra mentir pra gente mesmo...
Por isso nunca escondi quem eu sou, tenho orgulho de ser como sou, o padrão nunca foi de meu interesse, nunca esperei agradar as pessoas. Mas não pense que estou querendo te atingir... Querido, meu objetivo não é ofender um indivíduo, é afetar as grandes massas...

domingo, 14 de agosto de 2011

Boys don't cry.


Quando a dor é excesso fica difícil ser racional. Não sei de quais estratégias estou utilizando por hora, mas mudo a todo instante na esperança de que alguma delas sirva de suavizador para meus conflitos.
Já sentiu seu peito prestes a explodir, como um balão? Quantos dias duram os lutos? Por quanto tempo se deve chorar? Até onde é permitido sofrer? Creio que essas respostas sejam complexas demais para meu conhecimento vulgar.

Repetidas vezes as pessoas chegam até mim, e perguntam: Você mora sozinha... Não se sente solitária? Não é ruim?
Veja bem meu bem... Nem sempre é como eu gostaria que fosse, claro que me sinto sozinha às vezes, mas me sinto assim fora de casa também. A solidão não é a pior coisa da vida, se Clarice que foi Clarice era só para conhecer quem era, porque eu não poderei aproveitar o que a solidão vem me oferecer? Sábado a noite em casa, há algum tempo não fazia isso, e sabe de uma coisa?
Terei que fazer mais vezes... esses momentos me mostram que eu não estou lá tão curada quanto pensava e meus fantasmas não foram totalmente exorcizados. Claro, isso não acontecerá da maneira mais fácil.
Como diria um amigo meu: Vai ser difícil... Nossa Mih, mas vai ser muito difícil... Mas acredite... Vai dar certo!

E sabe do que mais?

Vai dar certo...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Aqui jaz um astro do rock

Sim, como uma grande amante de música boa eu não poderia esquecer, não ia passar batido, nem por um segundo, nem por uma nota, nem por minhas crises existenciais... eu não poderia deixar de falar sobre mais uma morte aos 27...
Todos falam, e mesmo eu que não tenho muito tempo pra atualizações fico logo sabendo que Amy Winehouse morre... SIM, aos 27! Todos sabemos a pessoa polêmica que Amy representava, então não irei me ater a ela propriamente, afinal todos merecem descanso, faremos o favor de dá-lo um pouco à Amy. Eu não tinha o hábito de escutar o trabalho de Amy Winehouse, mas confesso que aprecio. Tá certo que Amy não era tão rock'n roll assim, o som puxadinho para o jazz, uma coisa assim meio soul, mas é fato e não se pode negar que sua alma, seu espírito, sua irreverência era puro rock. ENFIM!! Aos 27!!!
Ok, ok, pra quem AINDA não entendeu eu vou explicar. É só fazer uma viajem no tempo pra ver que a coincidência não está só na vida "sexo, drogas e rock'n roll" que nossos astros dividiam. Pra exemplificar, alguns nomes que também morreram aos 27: Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain (e olha que esse aí foi escolha), Janis Joplin e agora nossa querida Amy...
Bom, deixemos a Amy em paz. Eu quero mesmo é aproveitar esse momento Woodstock pra lembrar não só de tragédias, mas da música que todos eles fizeram, não só até os 27, mas até hoje e para sempre... Não tem quem não conheça o hino grunge 'Smells like teen spirit', nem quem veja uma guitarra sem lembrar de Jimi, seus solos perfeitos... não existe uma só roqueira que se preze que não queria ter vivido com Jim, só para ter o prazer de ser sua tiete e por fim... nossa Janis... ah... a Janis...
Há tempos venho querendo escrever um post sobre ela. Até saberia o título: "Eu queria ser a Janis", clichê! Sim... mas é o que posso fazer...
De certa forma sempre invejaremos estas pessoas... Sim, pois elas são eternas... e se eternizam todos os dias através de nós.
E é com o rock and roll nas veias que eu lamento a falta, mas aproveito cada nota que deixaram para todos.


"Vivo para o momento das apresentações, cheia de emoção e excitação, como esperando alguém a vida toda".
[Janis Joplin]


No meio de uma crise é mais difícil escrever, mas como nunca sei até quando elas vão durar, me esforço para estar aqui e por mais difícil que seja estampar um sorriso no rosto... é com ele que eu encaro os meus dias... Fico feliz em saber que Janis também tinha suas fraquezas e nem por isso expirava menos beleza...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre gatos, água e o medo de perder...



Levei um grande susto essa semana que me fez recordar de um pensamento de Caio Fernando, em que ele dizia que somos todos imortais, ilusoriamente imortais, pois não entendemos a morte como algo diário, algo comum e simples como uma fila de banco ou cortar-se fazendo a barba... REALMENTE!
Não tratamos de assuntos importantes com simplicidade. Essa semana me ocorreu algo que me pôs a pensar sobre o assunto. O Sheldon, meu gatinho de estimação quase me deixou prematuramente. Claro, nunca estamos preparados para perdas, mas ver que eu não estou me causa espanto. Eu que jurava desapegada, que declaro não precisar de nada nem ninguém, me vi em desespero com o Sheldon em meus braços e sem nada poder fazer...
Ele está bem, ainda bem! Mas talvez eu não esteja tanto...
Algumas carências, algumas necessidades não somem do dia para a noite; mas podem ser transferidas, realocadas. E assim fiz eu com o Sheldon, enquanto um amor saía por uma porta o Sheldon já estava debaixo das minhas cobertas. Algumas coisas acontecem sem nossa permissão consciente.
Gosto da presença do Sheldon por aqui, assim como gostava da anterior...
Sabe... não levo jeito para criar animais. Lembro dos primeiros que tive. Eram três cadelinhas: Negrita, Fafá e Xuxa. Acho que elas já moravam em minha casa antes mesmo de eu existir.
Cresceram na mesma medida que nós e de repente não estavam mais aqui, lógico que esse de repente não foi tão de repente assim, mas estamos falando de épocas onde minha família ainda era grande e brigávamos pra decidir quem ia ficar com a barbie loira . Depois delas me lembro da Cessy, uma linda gatinha que teve seu fim breve e ficou pouco mais de um ano comigo. E sim, quem iria esquecer do Toquinho? Esse foi guerreiro, ficou cerca de 16 anos conosco, e desse eu me lembro muito bem, desde o dia em que meus pais chegaram com ele em casa e o vi no colo de minha mãe, tão pequenininho e desprotegido...
Depois vieram a Melody, Doty e a Luna, mas nenhuma chegou a morar comigo, foram para a casa dos meus pais.
Meus, meus mesmo foram só dois: a Heloísa, uma cachorrinha já crescidinha que minha mãe acolheu e me trouxe para amar, que foi um dia dar uma voltinha e não voltou mais. E o Sheldon, que agora está mais perto de mim do que nunca, depois desse susto.
Creio que ele não poderá compreender certas coisas, mas aprendi muito com ele por esses dias.
O Sheldon, que reconhece seu pacote de ração pelo barulho, que já assistiu todos os episódios de The Big Bang Theory, que vibra ao som de Foo Fighters e adora beber no meu copo, se eu me descuido.
Sei que esse post não tem muito meu estilo, falar sobre quem sou e ser tão específica sobre meus sentimentos não faz parte de mim, mas talvez através disso eu esteja tentando dizer muito mais...

domingo, 12 de junho de 2011

E quem irá dizer que existe razão?

Eu tinha escrito um post completo sobre como detesto o dia dos namorados e como é horrível fazer aniversário no dia 12 de junho. Sempre que ouvem a data do meu aniversário as pessoas se espantam e perguntam:

_ Mas no dia dos namorados?
_ Sim. - digo eu.
_ Iiiiih, ganha um presente só...
_ (Sorriso amarelo) É, ganho um presente só.

Não gosto de aniversários, na verdade não gosto do MEU aniversário. Talvez porque eu não aceite me submeter a mais uma convenção, talvez porque a gente sempre espere demais desse dia. Independente do que aconteça sempre vamos perceber que alguém esqueceu, alguém deixou passar, ou durou pouco, ou durou demais, sempre ficaremos com alguma ideia ruim na cabeça. Mas resolvi deixar as expectativas de lado e até que isso diminuiu um pouco essa "pressão de ser feliz". Não gosto disso, de me sentir pressionada na minha vida pessoal, a obrigação de estar ou de ser feliz me sufoca e me entristece. Felizmente percebi que não é preciso. Acredito que isso fez meu dia bem melhor.
Às vezes nos enganamos, e quem achávamos que viria, não vem; quem nem imaginávamos que lembraria, nos liga, de repente, do nada...

A essa altura vocês já devem ter notado que o post revoltado já foi rasgado em mil pedacinhos.
Não tem como escrever qualquer coisa furiosa depois de tantos "parabéns Mih", "felicidades"... O carinho foi constante hoje, e veio por todos os lados, em "passadinhas rápidas" só para dar um abraço, nas redes sociais (que finalmente serviram pra algo mais), ligações, msn, e-mail, cartas, mensagens. Por isso não tenho como ficar brava pelo que me falta. Porque, ora essas, não me falta nada!
Obrigada, sinceramente, meu muito, muito obrigada! Eu finalmente encontrei meu bilhete dourado.

"Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração
E quem irá dizer
Que não existe razão"
[Legião Urbana - Eduardo e Mônica]



" _ Não se esqueça do que aconteceu com o homem que conseguiu tudo o que sempre sonhou.
_ O quê?
_ Foi feliz para sempre."
[A Fantástica Fábrica de Chocolate]


E desejo realmente que "a graça em minha escrita permaneça", como me desejou minha linda amiga. Não é preciso estar aqui para estar presente, não é de presente que vivemos, nem de lembranças... Amo demais estas pessoas. É emocionante ver como coisas incríveis nos acontecem quando nós decidimos ir de encontro à elas.


"Encontrei meu equilíbrio
Cortejando a insanidade"
[Legião Urbana - Sereníssima]

terça-feira, 31 de maio de 2011

Lição de casa

Quero aprender a não dizer mais nada
dizendo tudo o que puder haver,falando pouco em poucas palavras...

[Pullovers]



Ouço repetidas vezes as pessoas falarem: "Eu não sei porque me meto nesses assuntos. Tenho que começar a ficar quieto (a)."
E aí eu vos pergunto: Porque, afinal de contas, não fica? Não é isso que se quer? É simples, talvez se gaste menos energia para ficar quieto do que pra falar. Mas tem gente que não se aguenta. Quando é que irão aprender que "palavras ao vento são palavras ao vento e não pertencem a ninguém"?
Eu, por minha vez, fico quieta e acabo por sofrer as consequências das palavras de igual forma.
E ainda me perguntam se quero saber da última, se sei o que aconteceu com fulano, com ciclana.
Pois tenho uma notícia, uma novidade à todos vocês. Saibam que, tem muita coisa que, francamente - cá entre nós - não faço a menor questão de saber.
E a todos que gostam de falar sobre mim e sobre o que acontece com a minha vida, e se espantam com a rispidez dessas palavras e pensam que eu não poderia ter mudado tanto, à vocês eu digo que essa mudança que vocês notam é só a ponta do iceberg.
E, à vocês que não acreditam em minhas mudanças eu digo, que mudei muito, e não preciso que acreditem nisso, para que eu tenha mudado.
E por fim, àqueles que têm tempo para analisar e julgar o comportamento alheio saibam que, a gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros.
Mas nem toda essa mudança soube me explicar o porque de as pessoas serem assim, comprometidas de corpo e alma com a vida dos outros. Surpresa! Na minha vida não acontece nada demais, sou normal, com medos, vontades, decepções, anseios como todas as pessoas. Sofro por amor, fico feliz com pequenas coisas, tenho amigos, tenho palavras ásperas, pessoas que me amam e outras que não gostam nenhum pouco de mim. A vida é isso minha gente, e quem está preocupado em cuidar da minha está perdendo a sua própria. Mas ainda é tempo de recuperar.
Achei muito legal o que me disseram sobre o fato de que "não há nenhuma razão para que um homem seja obrigado a expor sua vida para o mundo, pois o mundo não é capaz de entender certas coisas, mas com pessoas cujo afeto desejamos manter, é diferente" (*).




(*) Oscar Wilde.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eu quero cem anos assim...


Chegou ontem pela manhã...

Voltando do mercado para casa, por volta do meio dia. Encosto o carro perto do meio fio e abro o portão, subo com o carro na garagem. Enquanto o portão eletrônico fecha, ouço uma buzina.
Desligo o carro, puxo o freio de mão, tiro o sinto, power no som de jazz que toca no meu rádio e desço do carro com a marmita na mão, uma coca-cola e a ração do gato. Olho rapidamente pra ver de onde veio a buzina e estranho em ver que é um carro amarelo, olho bem e vejo "Correios" em letras garrafais na lateral da kombi.
Largo tudo no chão, ao lado da porta aberta do carro e corro ver o que é. Chego perto do senhor que está com a prancheta na mão e me estendendo a caneta.
_ Você é? - pergunta ele.
_ Michelle, pois não? - digo com um sorriso imenso nos lábios.
_ Entrega pra você - (adoro quando não me chamam de senhora - risos).
_ Assino aqui?
_ Isso. Que bom que você estava chegando bem na hora né?! - indaga ele rindo.
_ Siiiim! - digo impaciente para saber o que há dentro do pacote.
_ Muito obrigado e tenha um bom final de semana - diz ele.
_ Bom final de semana pra você também e eu que agradeço.
Ele sorri, entra na kombi e segue seu caminho...
Eu por enquanto entro em casa e por um minuto quase esqueço a comida láááá fora ao lado do carro com a porta aberta (lembra?). Volto para buscar a minha comida e a do Sheldon, ainda com o pacote na mão. O que, claro, dificultou levar todas as coisas e mais o embrulho pra dentro de casa, mas tudo bem. Parecia criança com um brinquedo novo, que não larga nem na hora de tomar banho.
Coloco tudo em cima da mesa, pra organizar, inclusive meus pensamentos. Ok, olho primeiro a etiqueta que tem meu nome e endereço, enquanto procuro algo para abrir o pacote, pego a chave do carro e faço um furinho no canto, rasgo o pacote, porque dizem que traz sorte e tiro de lá de dentro dois folhetos de propagandas, uma amostra grátis do novo desodorante da Dove e um livro. Lindo, vermelho, perfeito e endereçado a mim por uma pessoa mais que querida.
A textura da capa e das folhas, o tom das cores, a fonte das letras. Simplesmente acho fantástico e fico admirada com a condição que as pessoas encontram para fazer arte. As coisas são engraçadas quando se trata de arte, Aldous Huxley sabia descrever isso muito antes que eu, e dizia que a arte também tem sua moralidade e que muitas dessas regras são iguais ou análogas às da ética comum. Que os defeitos, os erros fazem parte de toda e qualquer obra de arte, eles devem ser identificados, reconhecidos e, se possível, evitados no futuro. Concordo, mas acho que julgar a obra de arte de outros é sempre mais fácil do que julgarmos a nossa própria. Eu por exemplo, não vejo qualquer erro que você possa ver nesse gesto tão perfeito em minha memória...
Isso é obra de arte e creio ser inevitável não falar de nomes quando o agradecimento é sincero e justo. Vitor, adorei. Sei que a essa altura você já sabe disso, mas adorei demais.
Acho que nem sempre nossa fé é renovada, mas em momentos distintos a gente percebe que tem um "porque". Guardei esse momento tão nítido na minha memória, da mesma forma com que guardo meus livros, milimetricamente arrumadinhos na estante. E esse foi colocado com o maior carinho. Como já disse a você Vi, vai cortar a fila e ser o próximo a ser lido, mas por hora ele já ganhou meu nome e minha marquinha no canto da primeira página. Com certeza foi muito especial o primeiro presente de aniversário desse ano, que chegou antes e bem na hora.
Mal posso esperar pra ler sobre as borboletas amarelas...