segunda-feira, 28 de junho de 2010

Não há de ser nada...

Acordei hoje com uma dor incomum, que não sentia há algum tempo. Nunca é bom acordar de um sonho, mas sonhos não duram pra sempre e sempre é tempo demais. Tempo demais pra ser feliz, tempo demais se for esperar...

De que adianta falar de motivos, às vezes basta um só, às vezes nem juntando todos...
[José Saramago]

Depois que se coloca o pé para fora da cama não tem mais como voltar, eu nunca fui muito boa nisso, o refúgio é sempre mais fácil e eu procuro uma desculpa para desistir. Mas cada dia traz sua alegria e sua pena, talvez hoje não seja preciso sentir isso, talvez tudo não passe de um dia ruim. Levanto, tentando firmar os pés no chão - é sempre assim que eles devem ficar - abro as janelas, para que os feixes de luz me tragam você aqui e limpo os pensamentos em desejo que os próximos sejam melhores. Será que eu deveria levantar do outro lado amanhã? Ninguém acorda triste, essa é a forma que nos adormece na noite anterior...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Meu jeito de dizer adeus

"Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo".
José Saramago

Nem tamanho realismo ou sabedoria, nem o Nobel impediram que isso acontecesse. Acho que eu gosto tanto de você justamente pelo fator que te reconhecia, tua lucidez. Morreu hoje José Saramago, escritor consagrado, militante, crítico, mas acima de tudo uma pessoa pela qual desenvolvi grande empatia. Buscando conflitos, resolvendo os atritos interiores e conhecendo um pouquinho mais de si e do mundo através da escrita. Mas ele não partiu antes de me explicar algumas coisas, como a morte ser apenas a diferença entre estar aqui e já não estar. E realmente é isso, por isso presto aqui minhas homenagens e como uma pessoa nostálgica e um pouquinho egoísta, digo que sentirei falta. E assim como descreveu Fernando Meirelles eu também não consigo fugir do clichê, e o mundo ficou hoje, ainda mais burro e mais cego. E se você "tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia".
E hoje sangrou mais uma vez...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A culpa é minha e eu ponho em quem eu quiser.

O que fazer quando uma palavra já é excesso? Porque insistem que eu mude, me adapte, ou me adeque a um padrão ao qual eu nunca irei pertencer? É difícil de entender ou eu não estou sendo clara o bastante? Porque as pessoas não suportam em ver a gente assim? Só como a gente é... desse jeito torto e infeliz...
Certo... depois de vários dias sem postar nada eu chego assim de surpresa e espero que todos entendam o que acontece aqui dentro. Não que vocês - meus queridos leitores - estejam buscando alguma coerência, até mesmo por que se estiverem, vieram ao lugar errado. Mas vou tentar ao menos me fazer entender.

E vou começar explicando à você.

Tenho meus medos, minhas fraquezas, tristezas, necessidades e quem diria... um milhão de defeitos. Mas eu sou uma escolha sua. E a reciprocidade existe, não há um dia se quer que eu não deseje e não escolha ficar ao seu lado. Comecei a ler um livro sobre comportamento (mais um... pra quem me conhece) e para a minha surpresa, não posso mais jogar a culpa pra quem for. Se eu quero uma mudança, ela deve estar em mim, e não jogada por aí. Se posso mudar, devo começar comigo e isso deve partir de mim. Então, a culpa é minha, toda minha! E mais uma vez a culpa é minha por não perceber a importância das coisas e esquecer, mesmo que só por um minuto, que elas ainda estão aqui...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Se você pular eu pulo.

- Aqui tá bom?
- Vamos subir mais um pouco!

[...]

- E agora?
- Já tá bom.
- Contamos até 3?
- Você pula comigo?
- Se você pular eu pulo.

[...]

- A gente se encontra lá em baixo então?


Pegou na minha mão e não senti mais nada...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Insônia.

Aqueles minutinhos deitada na cama, antes de finalmente adormecer, são os mais lúcidos pra mim. Sou só eu, os pensamentos, algumas ideias, muitas sugestões e pouco esclarecimento. Mas essa confusão que eu mesma proporciono me transforma no dia seguinte.
Começo a pensar e esqueço de dormir, meus pensamentos vagueiam e num instante percebo como sou feliz. Não que isso seja um mérito exclusivo meu. Nossa felicidade nunca é fruto próprio, muito pelo contrário, sempre vem como resultado de um fator externo, de uma mudança que você não queria. Penso em como somos adversos às mudanças. Por quê? Não importa se é algo ruim ou potencialmente bom, sempre acabamos por ter dúvidas quando se fala em mudar. Notei isso mais forte em algumas pessoas, penso nas mudanças recentes que ocorreram com elas, penso nas minhas mudanças, boas, ruins... muitas imagens vêem à minha mente. E se aquilo tivesse acontecido? Se não tivesse feito dessa forma? Se naquele dia tivesse faltado ao trabalho? E se olhasse para os dois lados? Se não fosse... Talvez agora essa música não fizesse tanto sentido, talvez não estivesse assim tão feliz, ou talvez estivesse também, talvez não me preocupasse, talvez não pensasse tanto agora, ou talvez pensasse m
ais, talvez não fizesse diferença de fato. Ou talvez eu já estivesse dormindo...
Certo, já é uma da manhã, preciso dormir. Mas pensar é um vício. E é grátis. Muitas coisas para fazer amanhã, feriado à vista, muitos, muitos planos. Muita coisa que não acontecerá, muitas outras que finalmente acontecerão. Fico empolgada planejando momentos, sonhando acordada. Fecho os olhos para convencê-los que já passa da minha hora e amanhã vou ficar sonolenta por causa disso. Quanto mais penso que preciso dormir, mais meu pensamento viaja pra longe do travesseiro.
Não adianta. Ligo a tv. Passo de canal em canal sem som, só com a luz iluminando o quarto, não estou de fato prestando atenção no que acontece dentro daquela caixa cheia de realizações. Paro num canal qualquer, aciono o sleep da televisão e aquela imagem me faz companhia até que eu finalmente pegue no sono.

E agora um aviso importante:
Muito obrigada aos que passam por aqui, aos que passam e voltam, aos que gostam, aos que frequentam, aos que criticam, aos que se emocionam, aos que disseminam, aos que concordam, aos amigos, aos que criam e também aos que aturam. Mas hoje meu agradecimento especial vai para os que comentam e dessa forma criam também. Os comentários no Cria-Atura são exporádicos, mas me realizam quando os leio.
Obrigada. A todos esses.