Aqueles minutinhos deitada na cama, antes de finalmente adormecer, são os mais lúcidos pra mim. Sou só eu, os pensamentos, algumas ideias, muitas sugestões e pouco esclarecimento. Mas essa confusão que eu mesma proporciono me transforma no dia seguinte.
Começo a pensar e esqueço de dormir, meus pensamentos vagueiam e num instante percebo como sou feliz. Não que isso seja um mérito exclusivo meu. Nossa felicidade nunca é fruto próprio, muito pelo contrário, sempre vem como resultado de um fator externo, de uma mudança que você não queria. Penso em como somos adversos às mudanças. Por quê? Não importa se é algo ruim ou potencialmente bom, sempre acabamos por ter dúvidas quando se fala em mudar. Notei isso mais forte em algumas pessoas, penso nas mudanças recentes que ocorreram com elas, penso nas minhas mudanças, boas, ruins... muitas imagens vêem à minha mente. E se aquilo tivesse acontecido? Se não tivesse feito dessa forma? Se naquele dia tivesse faltado ao trabalho? E se olhasse para os dois lados? Se não fosse... Talvez agora essa música não fizesse tanto sentido, talvez não estivesse assim tão feliz, ou talvez estivesse também, talvez não me preocupasse, talvez não pensasse tanto agora, ou talvez pensasse mais, talvez não fizesse diferença de fato. Ou talvez eu já estivesse dormindo...
Certo, já é uma da manhã, preciso dormir. Mas pensar é um vício. E é grátis. Muitas coisas para fazer amanhã, feriado à vista, muitos, muitos planos. Muita coisa que não acontecerá, muitas outras que finalmente acontecerão. Fico empolgada planejando momentos, sonhando acordada. Fecho os olhos para convencê-los que já passa da minha hora e amanhã vou ficar sonolenta por causa disso. Quanto mais penso que preciso dormir, mais meu pensamento viaja pra longe do travesseiro.
Não adianta. Ligo a tv. Passo de canal em canal sem som, só com a luz iluminando o quarto, não estou de fato prestando atenção no que acontece dentro daquela caixa cheia de realizações. Paro num canal qualquer, aciono o sleep da televisão e aquela imagem me faz companhia até que eu finalmente pegue no sono.
E agora um aviso importante:
Muito obrigada aos que passam por aqui, aos que passam e voltam, aos que gostam, aos que frequentam, aos que criticam, aos que se emocionam, aos que disseminam, aos que concordam, aos amigos, aos que criam e também aos que aturam. Mas hoje meu agradecimento especial vai para os que comentam e dessa forma criam também. Os comentários no Cria-Atura são exporádicos, mas me realizam quando os leio.
Obrigada. A todos esses.