sexta-feira, 18 de junho de 2010

Meu jeito de dizer adeus

"Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo".
José Saramago

Nem tamanho realismo ou sabedoria, nem o Nobel impediram que isso acontecesse. Acho que eu gosto tanto de você justamente pelo fator que te reconhecia, tua lucidez. Morreu hoje José Saramago, escritor consagrado, militante, crítico, mas acima de tudo uma pessoa pela qual desenvolvi grande empatia. Buscando conflitos, resolvendo os atritos interiores e conhecendo um pouquinho mais de si e do mundo através da escrita. Mas ele não partiu antes de me explicar algumas coisas, como a morte ser apenas a diferença entre estar aqui e já não estar. E realmente é isso, por isso presto aqui minhas homenagens e como uma pessoa nostálgica e um pouquinho egoísta, digo que sentirei falta. E assim como descreveu Fernando Meirelles eu também não consigo fugir do clichê, e o mundo ficou hoje, ainda mais burro e mais cego. E se você "tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia".
E hoje sangrou mais uma vez...

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