sábado, 2 de outubro de 2010

E agora, tragam-me o horizonte!

Se antes eu soubesse exatamente o que queria, hoje me conforta saber que a qualquer momento tudo pode ser diferente.
Vejo o sol se escondendo lentamente ao encostar na grama e o céu começando a ficar rosado. Presto atenção no que fiz, e me dou conta do atraso. Sempre penso que muitas coisas estão por fazer e que tenho dívidas comigo mesma, os outros parecem estar tão adiantados...
Sento e organizo meus pensamentos para não enlouquecer, doce ilusão. A loucura já está ali.Vejo as nuvens se unirem e formarem desenhos, e se transformarem em outros e depois em outros e se dissolverem de repente, como se nunca tivessem feito parte de nada.
Talvez tenha que me contentar em ser assim, como as nuvens, e parar de querer mudar o mundo. Creio que sejamos todos iguais, nascemos assim, para mudar as coisas e deixar nossas marcas. Mas vejo hoje que o contrário também serve, e aprendi que estou aqui não para mudar, mas para sofrer essas mudanças.
Então, pra isso não tem pressa, eu aprendo devargazinho o que a vida me ensina, e sentada no meio fio, só posso desejar isso e nada mais. A brisa fria em meu rosto, refresca os pensamentos raivosos que cultivei com cuidado essa semana, e deixo ela levar consigo todos eles. Agora nada mais me importa, só quero o horizonte pra mim.

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