segunda-feira, 1 de março de 2010

Um pouco de atitude

Sempre gostei do amor descrito assim, sem exageros. Nunca acreditei nos brilhos extras. Gosto daquele amor encardido, sujo, um pouco mal lavado talvez...
Gosto do amor à la Edgar Allan Poe. Da loucura que toma forma, do amor gótico, da música triste tocada em cirandas... Gosto dessa mistura de sentimentos. Gosto de aprender com você o que já ensinei por aí.
Gosto muito dessa leveza confusa que você me traz e sinto um desejo de conquistar algo que já é meu...

É certo, nunca saí ilesa de qualquer experiência. Da última saí um pouco machucada, um pouco ferida, um pouco magoada... Já se passaram algumas estações e aqui estou eu. Agora um pouco mais esperta.
Há alguns anos que assisti à uma peça de teatro e que trazia um enredo bastante interessante que se encaixa com o que eu tento e não consigo explicar:

"Vagava pelo caos a LOUCURA quando inesperadamente encontra um ovo. De lá nasce o AMOR cheio de força e planos para o Mundo. Ele põe em movimento as esferas, traz o Sol, faz a luz e, com suas flechas, convida as criaturas a se apaixonarem. LOUCURA assiste aos seus esforços, diverte-se com tanta novidade e quer participar, atrapalhando os planos do AMOR. Com a interferência AMOR se enfurece e começa a perseguí-la mas a impalpável LOUCURA muda de forma e foge. Enfim AMOR consegue flechá-la. LOUCURA, ao vê-lo, cai vítima do encanto amoroso. É o AMOR quem agora foge da LOUCURA. Na perseguição AMOR se distrai e fere a si mesmo com uma de suas flechas. Ao provar de seu próprio veneno amoroso esconde-se atordoado. Desesperada, LOUCURA o procura por toda a parte. Ao encontrá-lo, furiosa, arranca-lhe os olhos. Arrependida imediatamente resgata AMOR de seu desamparo emprestando-lhe sua visão e convertendo-se em seu guia por toda eternidade. E desde então, desde que o mundo é mundo, o AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha".
(Amor e Loucura - grupo a RODA de teatro de bonecos)



Não sei se é loucura, ou se será amor. Na verdade nem eu sei, só aceito o brilho que o sol traz de manhã, mas mantenho minha escolha entre olhar diretamente para ele ou simplesmente fechar as cortinas.




Tive coragem para demonstrar um pouco de atitude. Nesses dias minha janela tem estado sempre aberta, e as borboletas não param de entrar... Se sei de alguma coisa é que adoro as borboletas, onde quer que elas pousam me trazem seu cheiro. Se um dia fui triste agora não me lembro.

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