quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eu sou a lagarta!!!

"A Lagarta e Alice olharam-se uma para outra por algum tempo em silêncio: por fim, a Lagarta tirou o narguilé da boca, e dirigiu-se à menina com uma voz lânguida, sonolenta.
'Quem é você?', perguntou a Lagarta. Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa.
Alice retrucou, bastante timidamente: 'Eu — eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento — pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.
'
O que você quer dizer com isso?', perguntou a Lagarta severamente.
'Explique-se!'
Eu não posso explicar-me, eu receio, Senhora', respondeu Alice, 'porque eu não sou eu mesma, vê?'"


(Alice no País das Maravilhas)



Não queria ter que tocar nesse assunto mas esta tarde tornou-se inevitável! SIM!!! Finalmente a estréia tão aguardada - pelo menos por mim - de Alice no País das Maravilhas. Um filme que espero há meses e acredito ser mais uma obra digna de Tim Burton. Pelo menos tem tudo pra ser...
Muito bem, após meses de espera, finalmente o filme estreia em Foz. Mas como prega minha querida Lei de Murphy, o filme veio em versão dublada. Pois é meus queridos leitores, lá vou eu aguardar mais algum tempo para que o filme saia em dvd e eu finalmente possa assistí-lo. Se sou neurótica? Sim, e acredito que ninguém duvida disso.
Mas, como uma prévia de como será o filme,
andei lendo algumas críticas e acompanhando uma ou outra nota sobre o mesmo. Esta tarde, fiz um teste que encontrei sobre Quem é você em Alice no País das Maravilhas.
Bem divertido, o teste mostra quem dos personagens mais se identifica com você, mediante algumas perguntinhas simples. Eu recomendo. Para minha surpresa, adivinhem quem sou eu???? É. A Lagarta!


Não gostei muito de ser a Lagarta, até ler a definição:


"Você tem uma riqueza interior notável e é capaz de fazer análises profundas das situações - não é à toa que muitos procuram seus
conselhos. Parte da sua sabedoria vem da vontade de conhecer o mundo e as pessoas, e também do fato de ouvir mais do que falar".



"Para encontrar o caminho, comece pelo começo.
Continue até chegar ao fim e então pare".
(Alice...)

domingo, 25 de abril de 2010

Um mundinho só pra mim.

"O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso."
(Mário Quintana)

Talvez eu esteja ficando louca. Fico pensando nas chateações que tive e na minha parcela de culpa por elas terem se tornado verdades. Como tudo pode mudar de um dia para o outro? Você vai dormir sem ideia nenhuma de como vai acordar no dia seguinte. Essa vontade que eu tenho de nunca mais sair da cama. Não é bem uma tristeza, é só que hoje o mundo parece um lugar hostil.
Em dias assim o melhor é não tentar lutar contra, melhor mesmo é se refugiar naquele mundo que fica debaixo das cobertas. Deixe de procurar. Comigo sempre acontece assim, só encontro quando já não procurava aquilo.


E se você quiser entrar agora nesse mundinho meu, terei que pedir que não tire nada do lugar...

sábado, 24 de abril de 2010

Coisas que você não deveria saber sobre mim

Surpreendo-me com as coisas que aprendo sobre mim e sobre a vida de modo geral. Todos falam que sinceridade demais é defeito e por isso tenho certeza de que muitas dessas coisas não deveriam ser ditas, mas a primeira coisa que aprendi sobre mim é que sou muito teimosa e faço as coisas do meu jeito, então lá vai o que eu não deveria falar:

1 - Nunca sei o que fazer ou dizer quando as pessoas que eu gosto estão tristes.
2 - Gosto do silêncio, mas ele me atormenta.
3 - Não entendo pessoas que acordam tristes ou mal humoradas, por mais que isso me aconteça às vezes...

4 - Final de semana só é bom porque a gente trabalha a semana inteira.
5 - Adoro detergente com cheiro de laranja.
6 - Brigadeiro nunca estraga! Aqui em casa se comprar muito de uma coisa só sempre acaba estragando, compro tudo por unidade, mas uma coisa que fica na geladeira e nunca nunca estraga é o tal do brigadeiro (será que é porque ele nunca fica mais de dois dias???)
7 - Adoro pipoca!
8 - Definitivamente não sei mais andar de salto alto.
9 - Pode ser brega, mas o ditado popular que mais gosto é: "seja a mudança que quer ver no mundo".
10 - Chocolate também enjoa.

11 - Sinto falta do bolo da minha mãe, sinto falta de muitas coisas que ela fazia pra mim, sinto falta mesmo é dela aqui pertinho... Mas o meu consolo é que o final de semana sempre chega e de novo eu vou estar com ela.
12 - Sempre pode piorar, por isso.. Não reclama não!

13 - Ao contrário do que a maioria pensa, mudar é bom. E ter a liberdade de abrir mão de algumas coisas que não se quer mais é a maior que eu já conheci.
14 - Sair de casa é muito bom, mas odeio me arrumar.
15 - Achei que sentiria vergonha de expor o que penso e de algumas pessoas lerem o que escrevo. Mas não sinto.
16 - Não tenho medo de barata.
17 - Também não tenho mais tanto medo de sofrer como já tive um dia.
18 - Não faço resoluções de ano novo. Mas assim que começa o ano penso no que vou fazer.
19 - Sinto uma vontade incontrolável de mudar, incentivo todo mundo a fazer isso e muitas vezes não consigo ter coragem de aplicar em mim.
20 - Alisson e I'll never fall in love again do Elvis Costello sempre me trazem uma alegria bem triste. E é estranho como é bom.
21 - Adoro, mais do que qualquer outra coisa o inverno em Foz, principalmente esse comecinho, que vem tímido quando a gente já não aguenta mais o calor.
22 - No inverno me dá mais vontade de sair, nem por isso me dá mais vontade de me arrumar.
23 - Gosto de fazer algumas coisas que muita gente faz sem perceber e nem dá valor.
24 - Não tem... música pra me animar é Autoramas. Margarita do Spin Doctors também funciona.
25 - Adoro café, mas em casa só gosto de tomar quando tem alguém na mesa comigo, fora de casa pode ser sozinha.
26 - Sinto muita vontade de morar em outra cidade, não que eu não seja feliz aqui, mas sinto que estou cumprindo o que é pra mim e em Foz acho que já tá acabando.
27 - Meu crime inafiançável: sonhar demasiadamente.
28 - Adoro filmes mas não saberia escolher o meu preferido.
29 - Prefiro infinitas vezes um barzinho do que uma balada.
30 - ODEIO ODEIO encontrar aquelas formiguinhas bem pequenininhas no açúcar, elas sempre acabam no meu café, por mais que eu separe.
31 - Adoro piadas internas, aquelas que você faz e quase ninguém entende, ou só pessoas específicas entendem, aquelas que não são bem piadas ou são, mas umas pessoas riem mais que as outras. Enfim, adoro ter alguma exclusividade, um momento único nosso, com cada pessoa que encontro...
32 - Às vezes procrastino o sono só pra poder sonhar mais um pouquinho de olhos abertos.
33 - Eu durmo do "lado de fora" da cama, aquele que fica mais perto da porta.
34 - Não gosto de números "quebrados" e sempre arredondo tudo pra cima.
35 - Escrevo melhor quando estou triste ou quando alguma coisa me incomoda.
36 - Moro com uma das minhas irmãs e não nos falamos muito, na verdade nossos horários não batem. Mas adoro chegar em casa e ver que ela está lá no quarto, não faço muito barulho e nem vou lá incomodar, só fico quietinha escutando ela se aprontar pra dormir...
37 - Aguardo muito ansiosa pela postagem de algumas pessoas.
38 - A culpa é sempre do estagiário. Mas isso só valia quando eu fazia estágio. Mudei 3 vezes de emprego, não sou mais estagiária e a culpa continua sendo sempre minha.
39 - Nunca viajei de avião.

40 - Não me importo em dizer o que sinto e não receber resposta. Mas isso já está começando a me incomodar.


Prontofalei!





Agora fala você.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sobre antes, depois, fugir e sobre o resto de nossas vidas

*
- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.
- E agora?
- Agora é o resto das nossas vidas.


Época difícil esta: escola, lição de casa, amores nunca correpondidos, isso porque todos da sua idade estão interessados em pessoas mais velhas e os mais velhos em todas as mais novas, menos em você. Só depois que se perde, só depois que o tempo passa e leva tudo é que a gente percebe o quanto aquele tempo era feliz. Sim, tinha suas dificuldades e qualquer dificuldade parecia muito maior do que realmente era. Mas as amizades eram mais fortes, os amores mais empolgantes e a vida com certeza muito mais simples.
Ser feliz depois que a gente cresce não é tão difícil assim, é só um pouco mais complicado.Já contei aqui o quanto eu gosto de filmes nacionais? Não? Pois é verdade, adoro! Só os filmes nacionais podem proporcionar isso, inspiração em Woody Allen e Richard Linklate com trilha sonora de Los Hermanos. Quer mais?




Agora eu entendi, é apenas o fim... Muitas pessoas se aprisionam em relações que não precisam ter, se apegam demais a coisas, pessoas e lugares, quando sabem que a única certeza que podem guardar é que isso vai passar, e que os caminhos conduzem a um mesmo lugar. O fim.
A diferença é que insistem em pensar que isso é algo ruim, triste ou sei lá. Mas o que é apenas o fim? Uma despedida a mais, pra quem já perdeu tudo? Ser feliz é algo que se faz de dentro pra fora, e depender de outras pessoas pra que isso aconteça sempre vai acabar desapontando alguém.
Talvez o que esteja tentando dizer seja, não! As coisas não caem por apenas um deslize, um erro qualquer...
Fui por muito tempo ansiosa e me preocupava em ter controle sobre o que poderia acontecer um dia, sobre meu futuro, essas coisas que vivem cobrando que a gente saiba.
Hoje? Nada do que eu planejava na minha infância aconteceu e não sei o que vai acontecer, e sabe do que mais? Hoje gosto de não saber, de ter um mar de opções e possibilidades bem à minha frente. Aprendi que nem tudo tem que ser eterno, e que principalmente pessoas, ficam em nossas vidas durante o tempo que é necessário. Abrir mão de coisas que nos apegamos é sempre dolorido, mas isso é apenas o fim. Vivo contando que o amanhã exista, mas não dependo dele pra existir.
Crescer até que me fez bem, e sentir saudade também é uma maneira de fugir do presente. Sei lá... às vezes acho que assisto filmes demais. Vou acabar amando pra sempre...

sábado, 17 de abril de 2010

E você?

"What I've felt
What I've known
Turn the pages
Turn the stone
Behind the door
Should I open it for you?"
(The Unforgiven II - Metallica)




Percebi que desejo coisas que não preciso, assustada percebi que o que eu persigo não me deixa livre.

Já me matei de dentro pra fora, mas o que eu vi foi eu me engasgando com meus arrependimentos. Não sei mais de coisa alguma, tudo que eu acreditava ser se desfez com o vento e agora vou atrás do que me sobrou.
Ensaio muitas vezes e me saio bem, mas a realidade que você me traz faz as palavras me escaparem. Logo agora, logo isso, que é tudo o que eu tenho. Poucas palavras em um caderno branco. Mas para as coisas ruins não existem momentos convenientes, sempre será em péssima hora. Mas agora quem escolheu mal fui eu. Não era uma boa hora pra começar a te amar.
Tenho medo de pedir, de demonstrar e até de querer algo que não é meu. Se alguma coisa deve ser dita então eu deveria falar. Será que tudo cai por apenas um deslize, um erro qualquer?
Agora afogada em arrependimentos eu vou seguindo, ao certo não sei onde vai dar, mas continuo seguindo como sempre segui, de um jeito torto e pouco convencional, mas com todo o sentimento que tenho.
E você? Pra onde?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

I'm not angry.

Aquela angústia e desejo repentino de que tudo mude... outra vez. Só pelo simples e irônico fato de que tudo o que você queria aconteceu. E agora? Agora mais uma vez você não está feliz. Não sei o que as outras pessoas fazem com essa indignação... Quanto a mim. Eu escrevo.
E quando estou com raiva escrevo tudo corrido, sem olhar e ler novamente em busca de algum erro, não me importo, desde que tudo seja cirurgicamente extraído do meu peito e me alivie nem que só por um instante. Me sinto como o palhaço do circo sem futuro, com um sorriso pintado a noite inteira, preso em suas próprias escolhas. Por outro lado, você tem razão minha amada Clarice, não é que eu seja tão triste assim, é só que hoje estou cansada.




"E essa tragédia que é viver
E essa tragédia
Tanto amor que fere e cansa"
[Cordel do Fogo Encantado - O Palhaço do Circo sem Futuro]

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O que o cinza tem de errado?

Fazia um dia tão bonito lá fora que acordei animada, com uma sensação de que tudo poderia ser feito, de que o mundo e aquele segundo pertenciam a mim.
O meu bonito é diferente do seu! Com certeza, porque esses dias cinzas, com tudo apagado são os que mais gosto. Enfim a cidade esfria e acordo pra viver mais um pouquinho.
Sabe aqueles cadernos de colorir que tínhamos dezenas quando crianças? Pois bem, assim são esses dias pra mim. Enquanto pessoas dizem que eles são vazios, eu digo que eles são dignos de preenchimento. Adoro colorir à minha maneira, fazer eles exatamente como eu quero, do meu jeito.
O que o cinza tem de errado então? Essa energia é tão boa, que se eu soubesse qual é minha força, sairia levitando por aí.



"Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para o outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se se preocupem com o que há além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma."
[Fernando Pessoa]

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ela acredita

"Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer às vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
"Tanto faz" não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou
Você pra mim mostrou
Que eu não sou sozinha nesse mundo"
[Cuida de mim - TM]

Mais de uma semana desde a última postagem. Não que isso importe. Nem sei se existe alguém aí fora que espere para ler as coisas que escrevo. Mas se houver quero dizer que essa semana foi tão boa que me esqueci. É só pensar na sua companhia perfeita e já nem me lembro das coisas que me chateiam. Ouvindo música bonita de novo, assistindo romances, muita coisa mudou... andar de mãos dadas, deitar no seu ombro, tudo isso me fez perder e me fez perceber.
Perder o ritmo e perceber o quanto gosto de ver lá na frente o que já está acontecendo. Posso perguntar uma coisa?

E agora?
O que faço eu com tudo isso? Nem sequer me perguntaram o que eu queria. Na certa, porque se me perguntassem eu diria com aquela pinta de garota má, que não queria não. "Tá bom assim...", diria eu. Mas será que estaria mesmo?
Não sei com que direito você faz isso, não sei quem é você pra chegar na minha vida e me fazer feliz desse tanto.
Agora sou forçada a concordar com o que eu já dizia, tudo isso é muito brega, não existe nada mais cafona do que um casal apaixonado, e sou obrigada a dizer, acordo nos meus dias pensando em como é bom ser e estar ao seu lado. Hoje, agora, em todo o tempo que couber a nós dois.



O fato agora é que não tem como, não tenho nem escolha. Não tem como não ser feliz, como não ser brega. Não tem como não me apaixonar com as coisas que você me faz e me diz.