sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sobre antes, depois, fugir e sobre o resto de nossas vidas

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- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.
- E agora?
- Agora é o resto das nossas vidas.


Época difícil esta: escola, lição de casa, amores nunca correpondidos, isso porque todos da sua idade estão interessados em pessoas mais velhas e os mais velhos em todas as mais novas, menos em você. Só depois que se perde, só depois que o tempo passa e leva tudo é que a gente percebe o quanto aquele tempo era feliz. Sim, tinha suas dificuldades e qualquer dificuldade parecia muito maior do que realmente era. Mas as amizades eram mais fortes, os amores mais empolgantes e a vida com certeza muito mais simples.
Ser feliz depois que a gente cresce não é tão difícil assim, é só um pouco mais complicado.Já contei aqui o quanto eu gosto de filmes nacionais? Não? Pois é verdade, adoro! Só os filmes nacionais podem proporcionar isso, inspiração em Woody Allen e Richard Linklate com trilha sonora de Los Hermanos. Quer mais?




Agora eu entendi, é apenas o fim... Muitas pessoas se aprisionam em relações que não precisam ter, se apegam demais a coisas, pessoas e lugares, quando sabem que a única certeza que podem guardar é que isso vai passar, e que os caminhos conduzem a um mesmo lugar. O fim.
A diferença é que insistem em pensar que isso é algo ruim, triste ou sei lá. Mas o que é apenas o fim? Uma despedida a mais, pra quem já perdeu tudo? Ser feliz é algo que se faz de dentro pra fora, e depender de outras pessoas pra que isso aconteça sempre vai acabar desapontando alguém.
Talvez o que esteja tentando dizer seja, não! As coisas não caem por apenas um deslize, um erro qualquer...
Fui por muito tempo ansiosa e me preocupava em ter controle sobre o que poderia acontecer um dia, sobre meu futuro, essas coisas que vivem cobrando que a gente saiba.
Hoje? Nada do que eu planejava na minha infância aconteceu e não sei o que vai acontecer, e sabe do que mais? Hoje gosto de não saber, de ter um mar de opções e possibilidades bem à minha frente. Aprendi que nem tudo tem que ser eterno, e que principalmente pessoas, ficam em nossas vidas durante o tempo que é necessário. Abrir mão de coisas que nos apegamos é sempre dolorido, mas isso é apenas o fim. Vivo contando que o amanhã exista, mas não dependo dele pra existir.
Crescer até que me fez bem, e sentir saudade também é uma maneira de fugir do presente. Sei lá... às vezes acho que assisto filmes demais. Vou acabar amando pra sempre...

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