quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sobre e-mail e a diferença entre ignorar e abstrair

Sempre preferi dar um bom exemplo, do que seguir um mau...

Li algo parecido com isso uma vez, não sei quem disse, mas também pouco importa. Não faz diferença (pelo menos pra mim) quem fala, me importa se o que tem a ser dito é digno de ser ouvido. Nesse caso, pra mim é. Ma
s, como todos vivem de esteriótipos, pode dizer que foi Dalai Lama, Chico Xavier, sei lá... Clarice. O que acharem mais merecidos de serem lidos. Até mesmo porque se disser que foi meu vizinho, que tem 7 cachorros e que trabalha no Paraguai, poucos darão credibilidade ao texto...

Mas enfim, me peguei pensando sobre isso. Acontece que essa semana recebi um e-mail, que me fez questionar muitas coisas. Dizia - entre palávras ásperas e mal escolhidas - que se eu fosse agir "dessa" forma, era melhor sumir.
Parei pra pensar o que teria feito eu para merecer tais palavras, mas aí o pensamento se aprofundou... O que teria feito de mim um ser tão poderoso a ponto de poder escolher estar ou não na vida de alguém? Tenho mesmo o direito de opinar sobre isso? Creio que não...
Acredito que todas as pessoas que entraram
e que permanecem na minha vida foram com meu consentimento.
Tentei reavaliar minhas atitudes e já que estavam sendo incômodas para pessoas que eu considero, resolvi modificar... Mas ao fazer algo "certo", algo "bom", não recebi nenhuma palavra de retorno. NADA, nadinha...

É engraçado como a maioria das pessoas tendem a reforçar o ruim, o que lhes desagrada... Enquanto aquilo para o qual deveriam realmente valorizar não o fazem...

Podem dizer que é papo de gente roots, de bicho grilo que eu sempre fui, de gente zen que não liga para o senso comum. Mas passamos muito tempo cultivando o ódio, a raiva... Enquanto deveríamos ver o amor que existe dentro das pe
ssoas, e que um gesto simples, sem muita importância aparente, foi fruto de grandes reflexões, de noite mal dormida, de refeições puladas e várias lágrimas...

Mesmo sendo pouco ou quase nada reconhecido, ainda prefiro muito mais fazer o que julgo correto do que devolver na mesma moeda...


terça-feira, 4 de outubro de 2011

As origens não enganam, já dizia Darwin

Já sentiu que o mundo te pertence? Que você é capaz? Passei muito tempo pensando que as coisas nunca iriam se encaixar e agora percebo que justamente por isso as coisas aconteceram da forma como foi, tudo tratou de ser como deveria...
Agora me concentro mais do que nunca naquilo que adoro fazer: estudar é algo que sempre me entusiasmou muito, ler sobre tudo e sempre querer mais, rir sem ser julgada, viver livre... É engraçado ver que você ainda é quem sempre foi, só que agora melhor.
E pensar que isso vale pra mim e pra muita gente. Algumas coisas mudam, claro! Mas eu sabia que você não mudaria, no fundo sempre soube que você vive de aparências, e veja só, estava coberta de razão. Você dizia que não, a quem queria enganar? Não dá pra mentir pra gente mesmo...
Por isso nunca escondi quem eu sou, tenho orgulho de ser como sou, o padrão nunca foi de meu interesse, nunca esperei agradar as pessoas. Mas não pense que estou querendo te atingir... Querido, meu objetivo não é ofender um indivíduo, é afetar as grandes massas...

domingo, 14 de agosto de 2011

Boys don't cry.


Quando a dor é excesso fica difícil ser racional. Não sei de quais estratégias estou utilizando por hora, mas mudo a todo instante na esperança de que alguma delas sirva de suavizador para meus conflitos.
Já sentiu seu peito prestes a explodir, como um balão? Quantos dias duram os lutos? Por quanto tempo se deve chorar? Até onde é permitido sofrer? Creio que essas respostas sejam complexas demais para meu conhecimento vulgar.

Repetidas vezes as pessoas chegam até mim, e perguntam: Você mora sozinha... Não se sente solitária? Não é ruim?
Veja bem meu bem... Nem sempre é como eu gostaria que fosse, claro que me sinto sozinha às vezes, mas me sinto assim fora de casa também. A solidão não é a pior coisa da vida, se Clarice que foi Clarice era só para conhecer quem era, porque eu não poderei aproveitar o que a solidão vem me oferecer? Sábado a noite em casa, há algum tempo não fazia isso, e sabe de uma coisa?
Terei que fazer mais vezes... esses momentos me mostram que eu não estou lá tão curada quanto pensava e meus fantasmas não foram totalmente exorcizados. Claro, isso não acontecerá da maneira mais fácil.
Como diria um amigo meu: Vai ser difícil... Nossa Mih, mas vai ser muito difícil... Mas acredite... Vai dar certo!

E sabe do que mais?

Vai dar certo...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Aqui jaz um astro do rock

Sim, como uma grande amante de música boa eu não poderia esquecer, não ia passar batido, nem por um segundo, nem por uma nota, nem por minhas crises existenciais... eu não poderia deixar de falar sobre mais uma morte aos 27...
Todos falam, e mesmo eu que não tenho muito tempo pra atualizações fico logo sabendo que Amy Winehouse morre... SIM, aos 27! Todos sabemos a pessoa polêmica que Amy representava, então não irei me ater a ela propriamente, afinal todos merecem descanso, faremos o favor de dá-lo um pouco à Amy. Eu não tinha o hábito de escutar o trabalho de Amy Winehouse, mas confesso que aprecio. Tá certo que Amy não era tão rock'n roll assim, o som puxadinho para o jazz, uma coisa assim meio soul, mas é fato e não se pode negar que sua alma, seu espírito, sua irreverência era puro rock. ENFIM!! Aos 27!!!
Ok, ok, pra quem AINDA não entendeu eu vou explicar. É só fazer uma viajem no tempo pra ver que a coincidência não está só na vida "sexo, drogas e rock'n roll" que nossos astros dividiam. Pra exemplificar, alguns nomes que também morreram aos 27: Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain (e olha que esse aí foi escolha), Janis Joplin e agora nossa querida Amy...
Bom, deixemos a Amy em paz. Eu quero mesmo é aproveitar esse momento Woodstock pra lembrar não só de tragédias, mas da música que todos eles fizeram, não só até os 27, mas até hoje e para sempre... Não tem quem não conheça o hino grunge 'Smells like teen spirit', nem quem veja uma guitarra sem lembrar de Jimi, seus solos perfeitos... não existe uma só roqueira que se preze que não queria ter vivido com Jim, só para ter o prazer de ser sua tiete e por fim... nossa Janis... ah... a Janis...
Há tempos venho querendo escrever um post sobre ela. Até saberia o título: "Eu queria ser a Janis", clichê! Sim... mas é o que posso fazer...
De certa forma sempre invejaremos estas pessoas... Sim, pois elas são eternas... e se eternizam todos os dias através de nós.
E é com o rock and roll nas veias que eu lamento a falta, mas aproveito cada nota que deixaram para todos.


"Vivo para o momento das apresentações, cheia de emoção e excitação, como esperando alguém a vida toda".
[Janis Joplin]


No meio de uma crise é mais difícil escrever, mas como nunca sei até quando elas vão durar, me esforço para estar aqui e por mais difícil que seja estampar um sorriso no rosto... é com ele que eu encaro os meus dias... Fico feliz em saber que Janis também tinha suas fraquezas e nem por isso expirava menos beleza...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre gatos, água e o medo de perder...



Levei um grande susto essa semana que me fez recordar de um pensamento de Caio Fernando, em que ele dizia que somos todos imortais, ilusoriamente imortais, pois não entendemos a morte como algo diário, algo comum e simples como uma fila de banco ou cortar-se fazendo a barba... REALMENTE!
Não tratamos de assuntos importantes com simplicidade. Essa semana me ocorreu algo que me pôs a pensar sobre o assunto. O Sheldon, meu gatinho de estimação quase me deixou prematuramente. Claro, nunca estamos preparados para perdas, mas ver que eu não estou me causa espanto. Eu que jurava desapegada, que declaro não precisar de nada nem ninguém, me vi em desespero com o Sheldon em meus braços e sem nada poder fazer...
Ele está bem, ainda bem! Mas talvez eu não esteja tanto...
Algumas carências, algumas necessidades não somem do dia para a noite; mas podem ser transferidas, realocadas. E assim fiz eu com o Sheldon, enquanto um amor saía por uma porta o Sheldon já estava debaixo das minhas cobertas. Algumas coisas acontecem sem nossa permissão consciente.
Gosto da presença do Sheldon por aqui, assim como gostava da anterior...
Sabe... não levo jeito para criar animais. Lembro dos primeiros que tive. Eram três cadelinhas: Negrita, Fafá e Xuxa. Acho que elas já moravam em minha casa antes mesmo de eu existir.
Cresceram na mesma medida que nós e de repente não estavam mais aqui, lógico que esse de repente não foi tão de repente assim, mas estamos falando de épocas onde minha família ainda era grande e brigávamos pra decidir quem ia ficar com a barbie loira . Depois delas me lembro da Cessy, uma linda gatinha que teve seu fim breve e ficou pouco mais de um ano comigo. E sim, quem iria esquecer do Toquinho? Esse foi guerreiro, ficou cerca de 16 anos conosco, e desse eu me lembro muito bem, desde o dia em que meus pais chegaram com ele em casa e o vi no colo de minha mãe, tão pequenininho e desprotegido...
Depois vieram a Melody, Doty e a Luna, mas nenhuma chegou a morar comigo, foram para a casa dos meus pais.
Meus, meus mesmo foram só dois: a Heloísa, uma cachorrinha já crescidinha que minha mãe acolheu e me trouxe para amar, que foi um dia dar uma voltinha e não voltou mais. E o Sheldon, que agora está mais perto de mim do que nunca, depois desse susto.
Creio que ele não poderá compreender certas coisas, mas aprendi muito com ele por esses dias.
O Sheldon, que reconhece seu pacote de ração pelo barulho, que já assistiu todos os episódios de The Big Bang Theory, que vibra ao som de Foo Fighters e adora beber no meu copo, se eu me descuido.
Sei que esse post não tem muito meu estilo, falar sobre quem sou e ser tão específica sobre meus sentimentos não faz parte de mim, mas talvez através disso eu esteja tentando dizer muito mais...

domingo, 12 de junho de 2011

E quem irá dizer que existe razão?

Eu tinha escrito um post completo sobre como detesto o dia dos namorados e como é horrível fazer aniversário no dia 12 de junho. Sempre que ouvem a data do meu aniversário as pessoas se espantam e perguntam:

_ Mas no dia dos namorados?
_ Sim. - digo eu.
_ Iiiiih, ganha um presente só...
_ (Sorriso amarelo) É, ganho um presente só.

Não gosto de aniversários, na verdade não gosto do MEU aniversário. Talvez porque eu não aceite me submeter a mais uma convenção, talvez porque a gente sempre espere demais desse dia. Independente do que aconteça sempre vamos perceber que alguém esqueceu, alguém deixou passar, ou durou pouco, ou durou demais, sempre ficaremos com alguma ideia ruim na cabeça. Mas resolvi deixar as expectativas de lado e até que isso diminuiu um pouco essa "pressão de ser feliz". Não gosto disso, de me sentir pressionada na minha vida pessoal, a obrigação de estar ou de ser feliz me sufoca e me entristece. Felizmente percebi que não é preciso. Acredito que isso fez meu dia bem melhor.
Às vezes nos enganamos, e quem achávamos que viria, não vem; quem nem imaginávamos que lembraria, nos liga, de repente, do nada...

A essa altura vocês já devem ter notado que o post revoltado já foi rasgado em mil pedacinhos.
Não tem como escrever qualquer coisa furiosa depois de tantos "parabéns Mih", "felicidades"... O carinho foi constante hoje, e veio por todos os lados, em "passadinhas rápidas" só para dar um abraço, nas redes sociais (que finalmente serviram pra algo mais), ligações, msn, e-mail, cartas, mensagens. Por isso não tenho como ficar brava pelo que me falta. Porque, ora essas, não me falta nada!
Obrigada, sinceramente, meu muito, muito obrigada! Eu finalmente encontrei meu bilhete dourado.

"Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração
E quem irá dizer
Que não existe razão"
[Legião Urbana - Eduardo e Mônica]



" _ Não se esqueça do que aconteceu com o homem que conseguiu tudo o que sempre sonhou.
_ O quê?
_ Foi feliz para sempre."
[A Fantástica Fábrica de Chocolate]


E desejo realmente que "a graça em minha escrita permaneça", como me desejou minha linda amiga. Não é preciso estar aqui para estar presente, não é de presente que vivemos, nem de lembranças... Amo demais estas pessoas. É emocionante ver como coisas incríveis nos acontecem quando nós decidimos ir de encontro à elas.


"Encontrei meu equilíbrio
Cortejando a insanidade"
[Legião Urbana - Sereníssima]

terça-feira, 31 de maio de 2011

Lição de casa

Quero aprender a não dizer mais nada
dizendo tudo o que puder haver,falando pouco em poucas palavras...

[Pullovers]



Ouço repetidas vezes as pessoas falarem: "Eu não sei porque me meto nesses assuntos. Tenho que começar a ficar quieto (a)."
E aí eu vos pergunto: Porque, afinal de contas, não fica? Não é isso que se quer? É simples, talvez se gaste menos energia para ficar quieto do que pra falar. Mas tem gente que não se aguenta. Quando é que irão aprender que "palavras ao vento são palavras ao vento e não pertencem a ninguém"?
Eu, por minha vez, fico quieta e acabo por sofrer as consequências das palavras de igual forma.
E ainda me perguntam se quero saber da última, se sei o que aconteceu com fulano, com ciclana.
Pois tenho uma notícia, uma novidade à todos vocês. Saibam que, tem muita coisa que, francamente - cá entre nós - não faço a menor questão de saber.
E a todos que gostam de falar sobre mim e sobre o que acontece com a minha vida, e se espantam com a rispidez dessas palavras e pensam que eu não poderia ter mudado tanto, à vocês eu digo que essa mudança que vocês notam é só a ponta do iceberg.
E, à vocês que não acreditam em minhas mudanças eu digo, que mudei muito, e não preciso que acreditem nisso, para que eu tenha mudado.
E por fim, àqueles que têm tempo para analisar e julgar o comportamento alheio saibam que, a gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros.
Mas nem toda essa mudança soube me explicar o porque de as pessoas serem assim, comprometidas de corpo e alma com a vida dos outros. Surpresa! Na minha vida não acontece nada demais, sou normal, com medos, vontades, decepções, anseios como todas as pessoas. Sofro por amor, fico feliz com pequenas coisas, tenho amigos, tenho palavras ásperas, pessoas que me amam e outras que não gostam nenhum pouco de mim. A vida é isso minha gente, e quem está preocupado em cuidar da minha está perdendo a sua própria. Mas ainda é tempo de recuperar.
Achei muito legal o que me disseram sobre o fato de que "não há nenhuma razão para que um homem seja obrigado a expor sua vida para o mundo, pois o mundo não é capaz de entender certas coisas, mas com pessoas cujo afeto desejamos manter, é diferente" (*).




(*) Oscar Wilde.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eu quero cem anos assim...


Chegou ontem pela manhã...

Voltando do mercado para casa, por volta do meio dia. Encosto o carro perto do meio fio e abro o portão, subo com o carro na garagem. Enquanto o portão eletrônico fecha, ouço uma buzina.
Desligo o carro, puxo o freio de mão, tiro o sinto, power no som de jazz que toca no meu rádio e desço do carro com a marmita na mão, uma coca-cola e a ração do gato. Olho rapidamente pra ver de onde veio a buzina e estranho em ver que é um carro amarelo, olho bem e vejo "Correios" em letras garrafais na lateral da kombi.
Largo tudo no chão, ao lado da porta aberta do carro e corro ver o que é. Chego perto do senhor que está com a prancheta na mão e me estendendo a caneta.
_ Você é? - pergunta ele.
_ Michelle, pois não? - digo com um sorriso imenso nos lábios.
_ Entrega pra você - (adoro quando não me chamam de senhora - risos).
_ Assino aqui?
_ Isso. Que bom que você estava chegando bem na hora né?! - indaga ele rindo.
_ Siiiim! - digo impaciente para saber o que há dentro do pacote.
_ Muito obrigado e tenha um bom final de semana - diz ele.
_ Bom final de semana pra você também e eu que agradeço.
Ele sorri, entra na kombi e segue seu caminho...
Eu por enquanto entro em casa e por um minuto quase esqueço a comida láááá fora ao lado do carro com a porta aberta (lembra?). Volto para buscar a minha comida e a do Sheldon, ainda com o pacote na mão. O que, claro, dificultou levar todas as coisas e mais o embrulho pra dentro de casa, mas tudo bem. Parecia criança com um brinquedo novo, que não larga nem na hora de tomar banho.
Coloco tudo em cima da mesa, pra organizar, inclusive meus pensamentos. Ok, olho primeiro a etiqueta que tem meu nome e endereço, enquanto procuro algo para abrir o pacote, pego a chave do carro e faço um furinho no canto, rasgo o pacote, porque dizem que traz sorte e tiro de lá de dentro dois folhetos de propagandas, uma amostra grátis do novo desodorante da Dove e um livro. Lindo, vermelho, perfeito e endereçado a mim por uma pessoa mais que querida.
A textura da capa e das folhas, o tom das cores, a fonte das letras. Simplesmente acho fantástico e fico admirada com a condição que as pessoas encontram para fazer arte. As coisas são engraçadas quando se trata de arte, Aldous Huxley sabia descrever isso muito antes que eu, e dizia que a arte também tem sua moralidade e que muitas dessas regras são iguais ou análogas às da ética comum. Que os defeitos, os erros fazem parte de toda e qualquer obra de arte, eles devem ser identificados, reconhecidos e, se possível, evitados no futuro. Concordo, mas acho que julgar a obra de arte de outros é sempre mais fácil do que julgarmos a nossa própria. Eu por exemplo, não vejo qualquer erro que você possa ver nesse gesto tão perfeito em minha memória...
Isso é obra de arte e creio ser inevitável não falar de nomes quando o agradecimento é sincero e justo. Vitor, adorei. Sei que a essa altura você já sabe disso, mas adorei demais.
Acho que nem sempre nossa fé é renovada, mas em momentos distintos a gente percebe que tem um "porque". Guardei esse momento tão nítido na minha memória, da mesma forma com que guardo meus livros, milimetricamente arrumadinhos na estante. E esse foi colocado com o maior carinho. Como já disse a você Vi, vai cortar a fila e ser o próximo a ser lido, mas por hora ele já ganhou meu nome e minha marquinha no canto da primeira página. Com certeza foi muito especial o primeiro presente de aniversário desse ano, que chegou antes e bem na hora.
Mal posso esperar pra ler sobre as borboletas amarelas...

domingo, 22 de maio de 2011

Essa é a minha última oração

Essa é minha oração, a última... pois tenho que escrever meus versos mais tristes. Até poderia adiar um pouco mais, mas nesse caso não sei se adianta procrastinar, até poderia, mas me convém?
Meu grito de liberdade está preso na garganta e preciso dele para seguir, mas ele deve ser meu e só meu.
Como já disse, filosofar agora não me trará respostas, me contento em ouvir conselhos de quem sabe o que diz.
Neruda explica poeticamente como é sofrer por amor, e sinto a dor explícita em seus versos, tão nítida:

Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

O ponto final, o grito de liberdade, o fim. Quando é que isso fica claro pra gente? Não estou com pressa de descobrir, sei que ainda haverão muitas noites com angústias como esta. Mas e daí? Quem foi que disse que eu não posso?


Gretchen: ... e se você pudesse voltar no tempo, e pegar todas essas horas de dor e escuridão e trocá-las por algo melhor?


Se eu fosse Donnie Darko diria que não o faria. A dor e o sofrimento são fundamentais para a formação do nosso caráter, distingue quem somos. A forma como lidamos com esses sentimentos dizem muito sobre nós.
Repito, é claro, terão, com certeza, mais dias assim. Porém, eles serão todos sobre mim. Sobre a minha dor e não sobre a causa delas.
Independente do que ou de quem me traz essas sensações, basta somente a mim lidar com elas e assim farei.
Sei que peco muito em não ter mais fé na vida. Mas é como minha caixinha de remédios. Só lembro de recorrer à ela na hora da dor. Acho que nossas crenças espirituais são um pouco assim e acabamos nos lembrando delas apenas quando entramos em crise. Só lembramos que respiramos quando o ar nos falta...
Soa meio falso pedir por ajuda agora, mas não custa tentar. Sempre há tempo para coisas boas...
Perguntaram-me se acredito em Deus. Qual Deus? Hoje em dia Deus tomou tantas formas que fica até difícil reconhecê-lo.
Acredito que Deus está em mim e em você. Está em nossas conquistas e dificuldades, em cada atitude sincera. No sorriso pela manhã e na forma como nos reconhecemos todos os dias. Sabe quando você - depois de um dia cheio - chega em casa e se olha no espelho e sorri com a satisfação de "dever cumprido"? Acho que isso é Deus, esse pedacinho do meu coração que continua quente por mais frio que esteja lá fora...


Não, não trocaria meus dias ruins. Por nada desse mundo!

domingo, 15 de maio de 2011

Flores em você


Tenho muito a compartilhar sobre a verdade nua e crua que vem se demonstrando pra mim. Mas é inevitável que depois desse final de semana eu tire um post, pelo menos, pra falar de amizade.

Pensar que diversas vezes as deixamos em segundo plano, mas é só precisar que elas nos tratam com exclusividade, nos dão preferência. Talvez eu tenha sido um tanto injusta, mesmo assim tenho grandes amizades, que me surpreendem todos os dias. Amizade também é compreender.
Compreender que nosso processo de evolução passa por erros constantes e muitas vezes precisaremos de paciência para encontrarmos o caminho mais certo, o nosso caminho do meio.

"Quando crescemos, vemos que o conceito de melhor amiga muda muito" - diz ela. Realmente muda, e tanto esse conceito, quanto vários outros, mudaram muito pra mim durante os anos. Hoje vejo que a minha alma entende a tua, assim como a sua me entende mesmo nesses momentos difíceis, onde talvez nem eu me entenda...

Não sei a quem devo agradecer pelas "flores" que encantam a minha vida, mas vejo que são elas que deixam meus dias mais perfumados.

Fui indagada sobre o porque de nunca haver nomes por aqui. Não há... realmente. Não há pelo simples fato de que, quando escrevo para alguém e esse alguém lê, vê logo de cara com quem falo. Acho que, sendo assim, todo o restante dispensa apresentações.

Coincide com a forma que eu vejo minhas amizades. Não é necessário dizer quem são, não é talvez nem preciso vê-las o tempo todo para sabermos que alimentamos bons sentimentos uma pela outra. Lógico, a saudade dói quase sempre.

Mas sabemos que a razão dessa dor não é sofrimento.

Costumo pensar muito sobre isso. Tudo, tudo, tudo na vida não teremos nunca, ainda mais tudo de uma vez. Acho que o mistério é esse. Sempre teremos um sonho pelo qual lutar de manhã.

Quando somos privamos de algo, valorizamos outros lados da vida. E eu percebi o quanto isso é importante e necessário.

Eu queria muito estar sempre perto das pessoas que amo, mas aprendi que isso nem sempre é possível e nos cabe entender. Mas vi o quanto estava enganada sobre estar distante... Isso é algo mutável, talvez não a presença física... Mas a presença de espírito, aquela que tanto dói quando chega a faltar.

Queria dizer que estou agradecida infinitamente. Pelas minhas amizades, por todas as vezes que fui compreendida, pelas oportunidades que tive de compreender, por todas as vezes que me senti abraçada (mesmo quando longe), pelas surpresas, pelos momentos inesquecíveis, pelas risadas e pelos dias que sempre brilham mais, depois de finais de semana assim...

domingo, 8 de maio de 2011

Sem foto no dia das mães...

Nunca volto aqui para dar explicações, sempre venho para buscá-las... Nunca achei que viria "explicar" minha "ausência". Mas se as pessoas me perguntam o porque de estar longe, acho que nada mais plausível do que uma (mesmo que rápida) explicação.
Mas não estive por aqui nos últimos dias, porque, justamente, estava fazendo algo que faço muito aqui... estive pensando...
Literalmente aproveitei o dia das mães para me refugiar no lugar mais seguro que conheço, o colo de mamãe. Vim e não tive coragem para voltar (ainda), resolvi ficar uns dias, porque não?
Escondida embaixo dos lençóis, percebo agora... tudo acontece certinho como deveria ser... até nossos erros são acometidos da melhor forma possível...
Alguém muito querido me lembrou de uma mulher que não tinha medo de ser quem era. E ainda tinha a audácia de dizer:

Não morreria por nada deste mundo,
Porque eu gosto realmente é de viver.
Nem de amores eu morreria,
Porque eu gosto mesmo é de viver de amores.

Não sei se estou pronta para decidir algo de dimensões tão grande, mas uma hora ou outra terei de fazer, e esse crescimento pessoal que estou buscando, acredito que irá ajudar. Por enquanto, repito, para mim, em tom de mantra, versos do Pouca Vogal: eu tenho fé na força do silêncio, a fé que me faz aceitar o tempo...
Todos podem ser um mestre em potencial, e muitos amigos e amigas se revelaram realmente ser. Outro alguém, bastante querido me revelou que não devemos nos fixar no tempo, caso contrário, não aprenderíamos diariamente e os mais velhos seriam mais sábios... Depois de desligado o telefone a conversa continua e em desespero pode tocar sua porta, um pedido de ajuda pra uma amiga em especial não ficaria em branco, mesmo... né!?

Dirigindo hoje, olhei pelo retrovisor e instantaneamente lembrei da música do TM, De Ontem em Diante. Se formos para frente, coisas ficam para trás... a gente só nunca sabe, que coisas são essas...

Lindamente expresso, tem gente que sabe o que diz, pelo retrovisor eu vi luzes... looooonge e imaginei justamente isso, que serão? Que luzes são essas?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Num movimento rápido dos olhos


Tem uma banda que eu gosto muito, em particular. Pra começar gosto porque me lembra tempos bons. E depois vem o nome que é ultra criativo, as músicas animadas de letras mega complexas de serem, tanto cantadas quanto entendidas.
Já assistiu algum show do R.E.M.? As roupas, a maquiagem, os gestos, é tudo magnífico. E eu adoro!
Ouvindo hoje pela manhã entendi uma letra - geralmente é assim, ouço e muito tempo depois vem a tal da epifania e eu compreendo as palavras arranjadas, jogadas em organizadas estrofes - e hoje foi o que aconteceu. Cantando em voz alta percebi o sentido de Bad Day.

Its been a bad day.
Please dont take a picture
Its been a bad day.
Please


Lógico, não que não existam dias ruins, mas para que guardá-los? "Não tirem fotos"... Please...
Parece quase uma súplica para que não registremos os dias ruins com maior magnitude do que eles realmente têm.
Agora parece tão claro... Não sei como não notei antes...

domingo, 24 de abril de 2011

O inimigo do bom é o melhor

Fim do feriadão. E termino ele pensando na frase, que por ironia, começou ele também. O inimigo do bom é o melhor! O que isso quer dizer afinal? Creio que quer dizer que nunca estaremos satisfeitos, enquanto houver um objeto de desejo haverá sonhos, ambições e frustações... Talvez seja isso...
O feriado foi produtivo afinal. Se eu "festei"? Não. Se eu saí? Um pouco. Se me diverti? Sim. Se eu estou feliz? Aí depende. Depende do que é felicidade pra você...
Assisti um filme hoje, que embora tenha me trazido uma angústia bastante grande, também me trouxe vários pensamentos bons, várias "frases de efeito", algumas teorias.
Comer, rezar e amar foi filme de bilheteria estourada, best seller, não sou lá muito fã desse tipo de coisa, mas já que ser underground também virou senso comum, vamos combinar que tudo é permitido, ok?
Acredito que eu tenho as minhas próprias teorias, mas é sempre bom ouvir as teorias de alguém. Como por exemplo, Liz (a do filme). Ela criou pra ela a regra da 'Física da Busca' e vou escrever pra vocês:

"Se tiver coragem de largar tudo que é familiar e confortante, que pode ser sua casa ou arrependimentos, e sair em uma busca pela verdade, seja ela externa ou interna.
Se considerar uma dica, tudo que acontecer na jornada e aceitar todos que conhecer como um professor.
E se estiver preparada para enfrentar e perdoar realidades difíceis sobre si mesma, a verdade não será retida de você."
Lindo filme, linda trilha sonora, lindos ensinamentos. Não quero estragar o mistério, mas aprendi algumas coisinhas e uma bem particular que já havia visto em outro filme, é algo sobre como dominar os pensamentos, não que isso seja algo tão simples, claro que selecionar pensamentos como seleciona roupas pela manhã é uma metáfora para algo bem maior. Mas controlar a mente é um exercício que pode dar certo. Se não conseguir nem controlar meus pensamentos o resto vai ser muito mais difícil.
Não sei se é assim mesmo quando procuramos nos encontrar, mas me sinto um tanto perdida. E confesso que confusão na cabeça e volante não combinam. Prestando atenção na música do carro perdi as minhas saídas, olhando pra frente esqueci de olhar os semáforos, enfim... Talvez faça parte para um esclarecimento maior, mas por enquanto eu quero facilitar tudo, e essa de controlar os pensamentos seria uma ótima ideia, mas não há uma maneira mais certa para se fazer isso.
Talvez realmente tudo que importe demore...

sábado, 23 de abril de 2011

Tudo pode dar certo


Motivos para esse otimismo todo? Para toda essa felicidade? Talvez! Vários... Ou nenhum...
Não importa! Na verdade não se faz diferente. Sentimentos são só sentimentos e eles vem e vão, então porque gastar mais energia que o suficiente nessas ocasiões?
Acho que alguma explicação pode estar na pressa em viver. Quando se entende que grande parte das coisas podem ser finitas ou quando se compreende que não se sabe nada sobre a duração da vida e da morte é que a gente se desperta em fazer acontecer, ou ao menos deixar que aconteça.
Quando percebo que estou perdendo o pôr-do-sol ou que existem músicas e filmes que talvez eu nunca consiga ver e ouvir, é aí que as dores perdem um pouco do sentido.

Acordei hoje sem saber o que me esperava, escolhi, entre minha "mini" pilha de filmes, uma comédia bem dramática que eu (confesso) não dava muito crédito. Mas não é qualquer filme que leva como diretor - nada mais, nada menos - que Woody Allen. Resolvi que nesse dia cinzento e chuvoso seria uma boa pedida.
Com 6 minutos de DVD rodado eu não acreditava que alguém poderia me conhecer tão bem. Woody Allen escreveu esse roteiro pra mim! Certeza! (haha)
Não preciso dizer que eu super recomendo esse filme. Tudo pode dar certo não é um clichê falando que o mundo é um lugar bonito e maravilhoso para se viver. Não! Fala justamente sobre encontrar o "nosso" mundo, sobre compreender a insignificância das aspirações humanas, sobre o caos do universo e sobre o modo como a gente não controla nada disso, mas pensa que sim...
Isso sem mencionar que Boris é um personagem extremamente excêntrico, professor de xadrez para crianças, que grita com seus alunos. Não controla o que diz e sempre diz o que pensa. Isso lembra alguém??
Algo que Boris repete várias vezes é como ele pensa que o amor é um estado transitório. Achei interessante, não sei bem se concordo. Não sei se você deixa de amar alguém, talvez você só passe amar mais pessoas. Na verdade nem sei se realmente entendo o que é o amor. Amor é gostar de estar junto? É se encantar na forma como as palavras são pronunciadas, encontrar felicidade em ver alguém apenas dormindo, ou gesticulando durante uma conversa. É ser feliz sabendo que mesmo que não esteja tão presente, as pessoas passam e deixam marquinhas que quando olhamos nos encantam da mesma forma que encantavam quando estavam por perto? Se isso é amor, pois bem! Amo algumas pessoas...
Enfim, não vou contar mais pra não estragar. Mas sim, vale muito a pena conhecer Boris e Melodie.
E como não poderia faltar a trilha sonora de hoje: I Can´t Stay - The Killers... ouço essa música - como eu poderia dizer? - ad infinitum...
Perdi o medo de parecer "estranha" aos olhos dos outros, na verdade perdi esse medo há um bom tempo, mas me dói ver que algumas pessoas ainda não entenderam que ser diferente é OK! Que nem todos serão iguais, e o que foge ao padrão é até muito mais bonito. Mas é claro que isso é a opinião de alguém que entraria em um filme de Tim Burton tranquilamente...

Não sei se tudo isso tem definição exata, mas se existir, creio que seria algo parecido com essa música e acredito que ela ilustra muito bem o dia de hoje, o mês, o tempo...


The emotion it was, electric
And the stars, they all aligned
I knew I had to make my, decision
But I never made the time
[The Killers - I Can't Stay]

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Epifania

De uma forma ou de outra estamos sempre buscando uma maneira de ser feliz, cada um procura à sua maneira e não existe um meio mais fácil, ou um caminho certo, uma fórmula mais eficaz. Tudo é relativo e depende justamente de quem está caminhando e até onde se deseja chegar.
Acredito que todos esses sentimentos que sinto agora fazem parte de um processo muito maior do que apenas a solução deste problema.

Senti quando ela chegou, e devagar fui entendendo muita coisa. Não que eu tenha todas as resposta, talvez eu não tenha nem uma sequer, mas subitamente - como grande parte das minhas emoções - essa epifania me vem dizer que não terei todas as respostas e que daqui até o fim (seja ele qual for) buscaremos entendimento e explicações e lógico... a felicidade.
Não seria justo dizer que antes eu não era feliz, mas sozinha enxergo bem quem sou e gosto disso, gosto da identidade que tenho, as minhas peculiaridades me fazem feliz.
Se a felicidade tem manisfestações diferentes para cada um, acredito que para mim ela está no entardecer, e está um pouco nessa angústia por encontrá-la. Parei de ler tudo o que eu estava lendo e comecei a ler um livro de Fernando Pessoa que faz um apanhadão e Alberto Caeiro me esclareceu porque talvez esses sentimentos combinem tanto comigo. Disse ele: [...] Mas minha tristeza é sossego/Porque é natural e justa [...]Não consigo me forçar a apreciar sentimentos superficiais, sensações flutuantes e emoções pobres. Não vejo alegria onde a maioria das pessoas vêem e a minha está onde muitos não a buscam. Sempre fui "estranha" e não seria agora a começar ser diferente.
É bom me acostumar!
Mas sem pressa, não vou compreender tudo em um só dia.


terça-feira, 19 de abril de 2011

Um dia de conto de fadas

Tenho experimentado emoções bastante diferentes nessas semanas. Para quem tem um dia ruim, seguido de um mês todo ruim não posso reclamar. Até que tem muitas flores no meu caminho.
E hoje ocorreu um episódio que acreditava só acontecer em filmes! Um almoço combinado.

- Ok!
- Nos encontramos lá.
- Que horas?
- Meio dia, pode ser?
- Perfeito. Até amanhã então.
- Boa noite pra você. Beijos.
- Beijo.

Uma conversa rápida ao telefone. Talvez mais rápida que o abraço apertado que trocamos.
É até engraçado a forma como as coisas acontecem e a intensidade que tem para cada um. A magnitude dos seus gestos "salvaram o meu mês". A grandeza das suas palavras me tocaram e agora tenho muito o que pensar.
Realmente gasto energia demais em meus relacionamentos. Mas veja só você. Hoje a recíproca foi verdadeira. Seu abraço valeu a pena e agora a doce melodia de Norah Jones e os versos de Fernando Pessoa também fazem valer.
Lembro que pra ser feliz não precisa muito, e que a doçura de alguns momentos jamais me saem da cabeça.
Lembrei da época da faculdade, amizades intensas também. Lembro que todos os dias ao entardecer o sol fazia com que se formassem inúmeros "mini" arco-íris pelas escadas da faculdade e eu assistia ao pôr-do-sol quase todas as tardes e depois subia para a aula pensando em como seria poder pegar alguns daqueles arco-íris e guardar no bolso, para animar um dia que não estivesse muito bom.
Não consegui guardá-los - óbvio - mas percebi que eu tinha conquistado algo muito maior. E desde então tenho a sorte de encontrar esses pequenos "arco-íris" por aí.

E hoje alguém me embalou e me entregou um...


sábado, 16 de abril de 2011

Ossos do ofício

Penny? Penny? Penny?



Calma! Quem dizia ao Autoramas agora repete à mim:
Paciência/paciência/Só me dizem para ter paciência.Não é algo simples e essa semana tive inúmeras razões para literalmente surtar. E surtei! Apesar de ter ajudado a externalizar algumas coisas não sei ainda se foi a melhor forma de tentar resolver as situações.
Talvez a Penny é que esteja certa, aguenta o Sheldon e ainda faz aquela cara de paisagem... talvez eu tenha que ter realmente mais paciência.
Acho que fui tanto tempo "certinha" que agora não tenho nem mais o direito de surtar e as pessoa vêem como se eu fosse um ser totalmente equilibrado que nunca perde as rédeas e muito menos o controle da situação.
Pois é galera, mas me avisaram de uma coisa essa semana... perfeição, perfeição... Não vai rolar...

Então me dei o direito de surtar!

Eu to tentando muita coisa ultimamente. Tentando entender muita coisa, to tentando entender o que é isso, treinando para os próximos obstáculos, tentando ser feliz, encontrar respostas... Não tenho muitas delas ainda, mas pelo menos aprendi uma coisa. Eu não preciso ser ponderada em tudo. E a raiva faz parte de todo o processo, mas ainda assim aprendi a me acalmar!

Qual a palavrinha mágica??? Download! Sim... e aí está um link com todos os episódios de alguém que pode irritar muito a Penny, mas me traz muitas risadas!
http://www.downtudo.com/listaserie/29/The-Big-Bang-Theory

domingo, 10 de abril de 2011

O Bloco do Eu Sozinho



Isso tudo sempre faz sentido pra mim e tudo é aprendizado. Quero fugir um pouco das constantes reflexões que fazemos por aqui e contar um pouquinho do porquê essa leveza invadiu de novo um espacinho em mim.

Consegui um final de semana muito, muito bom. Algumas oportunidades me foram dadas e vi que amizades são laços fortes, voltei a ter um pouco mais de fé nas pessoas...
Vi que a música nunca vai acabar, e as palavras nunca deixarão de fazer sentido. Alguns olhares doces, abraços quentinhos, bichinhos brincando sozinhos, a brisa fria no meio da noite, essas coisas me fazem perceber que não há tempo a perder. A vida não vai parar pra que você se reconstrua em seu equilíbrio perfeito, essa adaptação pode ser lenta, porém, deve acontecer de forma contínua...
Percebi que a gente não precisa estar só para se sentir sozinha, e estar com alguém não quer dizer que todas suas necessidades estarão preenchidas. Encontrei a única pessoa que sempre estará comigo e só dela depende a minha felicidade. Não sabia que eu poderia ficar comigo mesma, e não acreditei que eu sou muito mais do que eu mesma imaginei.

Sempre dei conselhos às minhas amigas quando um final de relacionamento era iminente. Mas notei que quando me vi precisando, eu mesma não os seguia. Me surpreendi como eu - alguém que tanto busca auto conhecimento - poderia me conhecer tão pouco.
Como eu costumo dizer para meus amigos: PÁRA TUDO! Tá errado isso aí! Vamos lá. Eu sou quem mais importa, e sempre faço o contrário. É difícil desenvolver amor próprio, porque não nos conhecemos de fato, isso porque ficar sozinho é bastante incomum, é fácil esse momento ser "perturbado". Basta o telefone tocar, ligar o computador ou parar na frente da TV e lá se foi seu tempinho com você mesmo.

Não dá pra construir nada em cima de terreno macio, é importante ter uma base sólida para essa "reconstrução". Não digo que irei virar eremita, morar em cima de uma montanha e viver de sol. Não! Mas estar comigo mesma agora é importante, e eu nem podia imaginar como eu gosto da minha companhia. Algumas pessoas costumam me dizer que isso é estranho, mas eu gosto de fazer muitas coisas sozinha, desde correr até ir ao cinema domingo à tarde. Não que eu não tenha outras companhias. Tenho! E nessa fase da minha vida elas se revelaram muito importantes também, mas pra alguém gostar de estar com a gente é preciso primeiro que nós mesmos enxerguemos quão boa é nossa companhia. E revelo a vocês, eu sou mais interessante do que acreditava ser há um tempo atrás.

Não achem que de repente essa semana dissolveu todos meus problemas... não. Mas estou encontrando a resposta mais perto que achava estar...



''Eu vou mal e irei pior ainda mas aprendo pouco a pouco a ser só, e isso já é alguma coisa, uma vantagem, um pequeno triunfo.''


Frida Kahlo

segunda-feira, 28 de março de 2011

O amor na era digital



Hoje em dia é difícil apagar alguém da sua vida. Essa pessoa está vinculada a você em pelo menos 7 tecnologias diferentes. E não podemos apagá-la!
Acho que no fundo temos medo porque depois de "esquecer" alguém no mundo virtual, dificilmente vamos encontrá-la andando por aí, como gente normal costumava fazer. Hoje em dia se vive atrás de muitos clicks, e através deles sabemos interagir, somos mais charmosos e com pouco medo.
Quanto mal pode fazer um enter? Uma visitinha rápida no perfil, só pra saber como está... só hoje! Só um scrap, uma mensagem, um e-mail... Essas coisas todas parecem não fazer mal algum. Mas no fundo é isso que não nos deixa seguir em frente.
Lembro de um tempo em que não era tão fácil assim. Não interagíamos através de redes sociais, não tínhamos "998 amigos". Não sabíamos o que as pessoas faziam sem perguntar. Fazíamos reunião para ver as fotos das férias de todos, elas não era publicadas no universo paralelo do facebook, orkut.
As "cutucadas" eram ao vivo, "curtíamos" juntos e vivíamos perto de quem gostavámos. Não colecionávamos amigos...
Era mais fácil, quando não queríamos mais alguém em nossa vida, cada um seguia seu caminho e pronto! Agora não...
Gosto do antigo, sou aquela pessoa que ainda vai alugar filmes em locadoras, ainda tenho carteirinha da biblioteca municipal e a carrego comigo. Gosto de livros, do cheiro, das páginas amarelas, gosto de andar de ônibus mesmo tendo carro, gosto de rádio, lp's e vídeo cassete, rebobinar os vhs antes de entregar, gosto de brigadeiro de panela. Acho que algumas tradições caminharão pra sempre conosco e mesmo assim podemos seguir em frente.
As coisas mudam, os tempos são outros e acabamos cedendo a tudo isso. Lógico, trouxeram as pessoas pra mais perto, de uma forma ou de outra.
A minha dúvida é: e quem não queremos mais perto? Ficará pra sempre há um click de distância?? Ou é só dizer que ela está offline?

quinta-feira, 17 de março de 2011

11:11


Alguma coisa se perdeu no meio do caminho. Eu tô aqui! Você tá me vendo, né?!

Passou por mim, como se nada nunca tivesse feito sentido pra nenhum dos dois...

Peralá. As coisas não são assim. Definitivamente! O desenrolar da história pode não ter tido um final feliz. Mas também, quem disse que pra ser feliz, tudo tem que acabar com um "... e então ELES viveram felizes para sempre". Não desfaz o que vivemos. Olhar para trás e dizer que não vê nada é mentira. Agir como se nunca tivesse existido ou dizer que não faz mais sentido agora é hipocrisia.
Não é como queríamos que fosse e incorporando "Epitáfio" dos Titãs eu diria exatamente, que teria amado mais, discutido menos e econtrado mais tempo pra ver o sol se pôr...
Agir dessa forma agora não é algo prudente, pelo menos não pra mim. São tantos conflitos internos que não pareço pertencer a esse mundo, e então me deparo com essas situações. DEFINITIVAMENTE não sou como os outros! Afinal, de todas as pessoas com as quais me envolvi de maneira mais profunda e que também se deixaram envolver com uma certa reciprocidade de sentimentos, não alimento nenhum tipo de raiva ou rancor.
É infantil, da mesma forma, dizer que não te quero mais. Parece coisa de criança: ... "então tá, você não quer me dar essa figurinha? eu nem queria mesmo. tá toda velha e suja... prefiro as minhas!"

Sabe, não é só porque não quero mais brincar com aquela boneca, que ela passa, instantaneamente, a não ser mais divertida. Talvez só não seja agora, o momento dela brilhar, talvez agora existam coisas maiores do que isso.

Esnobar o que não é mais seu, agir com indifereça... Espero que isso seja momentâneo. Caso contrário eu realmente me enganei muito e você não é quem eu pensei que fosse.
A gente nunca conhece até conhecer de fato e são nos momentos de crise que o íntimo se estabelece. Mas não acredito que só pelo simples fato de duas pessoas não estarem mais juntas, indique diminuição de amor, de sentimento.
O afeto continua o mesmo, só o momento que passou, e talvez volte... Ou não! Com outras pessoas... ou não...

O fato de eu ser tão diferente e mal alocada aqui, nesse mundinho, é que me faz pensar: todo mundo constróe uma realidade totalmente distinta do que realmente é.
Passam-se anos dizendo que tudo só fará sentido quando encontrarmos e vivermos um grande amor, que a vida só será bela ao lado dele. Que nossa metade da laranja está aí em algum lugar e devemos encontrá-la a qualquer custo, independente de qualquer coisa. E isso não pode demorar muito é claro, porque o amor sempre vem antes dos 30...
Quem não está nem aí pra essas coisas e se concentra em viver sua vida dedicando-a aos estudos e ao trabalho é taxado de careta, quem curte a vida e acha que tudo isso é uma grande desculpa pra se divertir, é fútil. Os bonitos nunca ficam sozinhos, casamento é prova de amor, duas criaturas que vivem juntas devem pensar igual, agir igual e nunca discutir.

Todas essas fórmulas de amor são totalmente inúteis e o que ninguém nos conta é que não existe esse negócio de tampa da panela, chinelo velho pra pé cansado, e metades de laranjas.
Somos um ser único e devemos nos respeitar como tal, viver pra gente, e não nos preocupar em como seremos "taxados" pelos outros. Todos são taxados de alguma coisa e ainda assim é melhor do que viver preocupado em julgar os outros pra nunca ser julgado.
Ninguém conta, mas ser igual, concordar em tudo, fazer somente o que a outra pessoa gosta, não é agradar. Isso tem outro nome: ANULAÇÃO!
Por isso, já que sempre fui, vou continuar sendo diferente e assumo aqui perante todos, que a falta é absurda e que se desapegar dói, dói demais. Amor é coisa que não some da noite para o dia. Ainda penso muito, ainda vejo as horas repetidas, ainda está em meus sonhos, há muitos cheiros, muitas músicas e muito que me lembra você. Mas embora a dor seja inevitável, o sofrimento é opcional e não sou vítima de nada, nasci completa, inteira e não deposito minha felicidade em ninguém. Portanto, faça como achar melhor, se é assim que você pensa ser o certo... tudo bem. Sigo agindo com a prudência dos meus pensamentos.

Ah, antes que eu me esqueça, ninguém nunca vai contar isso pra vocês. Cada um tem que descobrir sozinho...

E como diria um grande homem: "quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém".

[John Lennon]

quinta-feira, 3 de março de 2011

Sunrise, sunrise

Sunrise, sunrise
Nascer do sol, nascer do sol

Couldn´t tempt us if it tried
Não poderia nos deter ainda que tivesse tentado

Cuz the afternoon´s already come and gone
Porque a tarde já começou e terminou


[Norah Jones - Sunrise]



A primeira coisa que me vem à cabeça nesse momento é você. Não sei ao certo porque algo tão íntimo meu pode ser tão parecido com você, porque algo que me descreve perfeitamente pode me lembrar tanto teu rosto.
Sempre fui um ser totalmente insatisfeito, procurando sempre mais, sempre algo melhor. E ver meu mundo ruindo é inaceitável pra mim, especialmente quando isso se refere a algo que não precisava mudar.
Quebro a cabeça pensando em como fazer tudo voltar a ser como era antes, mas é melhor não pensar tanto. Mais dia, menos dia tudo vai se resolver. Não importa como está o tempo lá fora, uma hora o mau tempo aqui de dentro vai passar...
Escrever sempre foi algo que me acalmou muito, engraçado... Não gosto de levar minha tristeza comigo, principalmente para outras pessoas, se estou triste não gosto de compartilhar, se alguém escuta acaba saindo tudo de uma vez e acredito que ninguém entende nada, o melhor é esperar passar.
Mas me confundo, como eu que sempre estive no meio da multidão, poderei agora me isolar? Poderei então me sentir sozinha?

É fácil ser triste, sentir pena de si mesma, é confortável pensar que se algo está ruim, se tudo está dando errado é porque alguém aí fora aprontou alguma. É cômodo pensar que a única pessoa inocente e injustiçada é você. O fato é que na verdade ninguém vai responder por você e realmente estamos mais sozinhos do que pensamos. Isso esclarece algumas coisas.

Lógico, seria tudo mais fácil se de repente estivéssemos saído de um livro de romance, daqueles bem vagabundo em que na primeira frase já se sabe que a mocinha e o mocinho serão felizes para sempre. Seria muito mais fácil mergulhar junto com Alice em um país cheio de maravilhas. Seria bem mais fácil... mas que graça teria? Não gosto previsível e o óbvio não me atrai (lembra?).

Algumas decisões precisam ser tomadas e me sinto bem. Pensar que tudo é mutável, e que dentro de alguns meses tudo pode ser diferente, isso me anima, me fortalece. As coisas que antes me faziam derramar lágrimas e mais lágrimas, hoje me fazem melhor, me fazem ser mais.
E isso é algo que eu estava precisando, me sentir forte. As pessoas te reprimem e fazem acreditar que você não é importante.

MENTIRA!
Mas não precisa acreditar em mim, espere e logo virá a parte em que ela diz "Surprise, surprise"...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pra viajem, por favor!


Quando tudo parece estar errado e a única chance de dar certo te vira as costas e você se sente mais uma vez fracassada. Quando a única saída é juntar os caquinhos que restaram e seguir em frente, porque o mistério é simplesmente esse... Seguir em frente... Quando você acha que seu limite está chegando e que você não vai mais aguentar... De repente, uma porta se abre e você vê entrar mais uma chance para ser feliz.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Família-ê, família-á, família...

Família é um negócio complicado, eu que o diga. Aquela gente toda reunida em uma casa de dois quartos... É complicado sabe, pensar que não importa o tamanho da casa, ela sempre será pequena demais para todos nós!
Lidar com gente nunca é uma tarefa fácil, mas com família o buraco é sempre mais embaixo. Fico pensando como tudo seria tão perfeito se não fosse assim, me pergunto tantas vezes, "porque tem que ser tão difícil?". A resposta nunca aparece e eu continuo a sonhar com todos tomando café-da-manhã juntos, assistindo TV e conversando sobre coisas que você não conta pra mais ninguém.
É óbvio que não tenho isso, e provavelmente você também não. Talvez a gente tenha é que realmente perder essa mania... De procurar a perfeição.



sábado, 29 de janeiro de 2011

Mi casa, su casa!

É muita coisa acontecendo, coisa demais que nem saberia como colocar aqui. Pra alguém que adora pensar eu talvez chegue a poucas conclusões.
Ainda assim, aprendi algumas coisas... Aprendi que a vida é cheia de ciclos, acontecem coisas complicadas por um tempo, perdemos a esperança, depois voltamos a ter força, as coisas melhoram... e depois voltam...

Mas não é tão complicado assim, embora seja difícil, de um modo ou de outro a gente tem que superar as coisas e nos é dado todo o tempo e oportunidade pra isso. A maneira de ver as coisas interfere muito, 50% da solução é mudar a forma de ver o problema.
Pode ser tolice e é bem provável que eu descubra mais tarde que realmente é. Mas vejo que eu levava a vida muito firme, cuidando para que tudo estivesse controlado. Só que eu não previa que certas coisas são totalmente independentes e livres da nossa vontade.
Mesmo com algumas surpresas, com algumas notícias ruins, com certas inseguranças eu vejo que amizades não morrem com tanta facilidade e que até um simples pedido pode significar mais do que imaginávamos.
Senti falta daqui, gosto daqui... me sinto em casa! Gosto do cheiro doce de café pela manhã...