sábado, 23 de janeiro de 2010

Um filme de Almodóvar

Sim, concordo plenamente: um filme precisa ser finalizado, mesmo que às cegas. Embora o filme seja de grande sensibilidade e tenha gerado em mim (como a maioria dos filmes) uma sessão de nostalgia, me senti realmente mobilizada pela paixão ao cinema e não aos personagens.
Um roteiro forte, intrigante, daqueles que nos deixam suspensos no ar, aguardando o desfecho final. Confesso que me arrancou um óóóóóoooo, seguido de um nããããão e por fim um aahhhh...





Gosto de finais assim, que deixa uma sensação de continuidade, deixa aberto para que você imagine o que
e como aconteceu.
Isso me fez refletir profundamente o quanto almejo as coisas, mas só até que elas aconteçam...

Os sonhos só são sonhos enquanto forem irreais, quando você conquista aí deixa de ter aquele encanto, nunca é como imaginamos, portanto algumas coisas gosto que fiquem somente na fantasia, justamente para não estragá-las.
As fantasias têm de ser irreais. Porque no momento, no exato segundo que consegue o que quer, aí não se pode querer mais. Você não quer "algo", quer a fantasia desse "algo".

Não conseguir o que se quer pode ser frustrante e conseguir com certeza é. Voltando ao filme, Abraços Partidos me fez ter essa sensação de que nada precisa ser linear e que a estranheza faz parte de mim.
Compartilho da ideia de não me satisfazer em ser apenas eu, por isso nos reinventamos, criamos novas fases, outros jeitos e por isso estamos sempre em crise com nós mesmos. Em cada sorriso, em cada gesto, sou outra. Em cada pessoa que passou por mim eu fui uma, e sei que - como no filme - vários pedacinhos de mim morreram também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário